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Jovens carentes têm noções de cidadania em unidade da Ufba
Por Correio da Bahia - Tatiany Carvalho   13 de março de 2002
Faculdade de Filosofia abre portas para comunidade do Alto das Pombas
Além de realização da pesquisa científica e da formação de profissionais qualificados para o mercado de trabalho, a universidade também pode contribuir com as comunidades carentes. A Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) mostrou que os muros que a separam da população vizinha de Alto das Pombas são apenas simbólicos. Atendendo a pedidos de representantes da associação de moradores do bairro, a FFCH cedeu seu espaço físico para a realização das aulas do Projeto Fatumbi (Aquele que faz acontecer), uma iniciativa da própria comunidade voltada para a difusão de noções de cidadania a jovens na faixa etária dos 15 a 21 anos. Ontem, 41 alunos receberam os certificados de conclusão do curso.
No último ano do segundo grau, a jovem Liliane Sousa, 19 anos, não tinha perspectivas de um futuro melhor. Moradora da comunidade de Alto das Pombas, Liliane tinha a intenção de ganhar o mundo, como ela mesma disse. Seu pensamento mudou depois que começou a freqüentar o tal curso de informática anunciado pela associação de moradores do bairro. Depois de 600 horas de sala de aula, aprendendo noções de saúde, teatro, ética, cidadania, informática, português e matemática e de envolvimento em programas como acompanhamento familiar, participação cultural e acompanhamento escolar, a estudante estabeleceu novos projetos de vida. "As pessoas que moram aqui pensam em ser prostitutas, ladrões ou meninos de rua. Depois do curso, comecei a pensar no meu futuro e no da minha comunidade", refletiu, destacando que pretende ser advogada.
Iniciativa - A transformação de jovens carentes, devolvendo-lhes a capacidade de sonhar, advém de uma fórmula simples. A iniciativa partiu de Rodrigo Alves, um jovem de apenas 23 anos, que, segundo afirmou, não se conforma em ver um garoto ou uma garota de sua idade parado, sem pensar seu futuro profissional. Movido por essa vontade de transformar a realidade de comunidades carentes como Binóculo, Calabar, Alto das Pombas e Gantuá, Alves teve a idéia de criar um curso que tivesse um atrativo, no caso as aulas de informática, mas que fosse muito mais do que isso. Na verdade, o curso tem como base a formação em cidadania.
Durante a entrega dos certificados aos alunos, o diretor da FFCH, Antonio Guerreiro, fez questão de ressaltar a importância do envolvimento da universidade com a comunidade carente. "Esta é uma preocupação que a universidade tem que ter sempre: prestar serviços às comunidades", afirmou Guerreiro. Ele é defensor de uma integração social que possa favorecer a população não só no que diz respeito ao usufruto da área do campus para o lazer e a recreação, como também na participação de alunos e professores em questões relacionadas à melhoria da habitação, alimentação, saúde e educação dos moradores carentes.
Do total das 180 solicitações de inscrições, apenas 41 puderam ser efetivadas. Bancado pelo programa Capacitação Solidária do governo federal e com o apoio de diversas entidades como o Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, o restaurante Varal da Dadá e a Ufba, o projeto saiu do papel. De acordo com o idealizador do projeto, a intenção é a de dar continuidade ao curso, ainda esse ano, com a abertura de novas turmas.
Além de realização da pesquisa científica e da formação de profissionais qualificados para o mercado de trabalho, a universidade também pode contribuir com as comunidades carentes. A Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) mostrou que os muros que a separam da população vizinha de Alto das Pombas são apenas simbólicos. Atendendo a pedidos de representantes da associação de moradores do bairro, a FFCH cedeu seu espaço físico para a realização das aulas do Projeto Fatumbi (Aquele que faz acontecer), uma iniciativa da própria comunidade voltada para a difusão de noções de cidadania a jovens na faixa etária dos 15 a 21 anos. Ontem, 41 alunos receberam os certificados de conclusão do curso.
No último ano do segundo grau, a jovem Liliane Sousa, 19 anos, não tinha perspectivas de um futuro melhor. Moradora da comunidade de Alto das Pombas, Liliane tinha a intenção de ganhar o mundo, como ela mesma disse. Seu pensamento mudou depois que começou a freqüentar o tal curso de informática anunciado pela associação de moradores do bairro. Depois de 600 horas de sala de aula, aprendendo noções de saúde, teatro, ética, cidadania, informática, português e matemática e de envolvimento em programas como acompanhamento familiar, participação cultural e acompanhamento escolar, a estudante estabeleceu novos projetos de vida. "As pessoas que moram aqui pensam em ser prostitutas, ladrões ou meninos de rua. Depois do curso, comecei a pensar no meu futuro e no da minha comunidade", refletiu, destacando que pretende ser advogada.
Iniciativa - A transformação de jovens carentes, devolvendo-lhes a capacidade de sonhar, advém de uma fórmula simples. A iniciativa partiu de Rodrigo Alves, um jovem de apenas 23 anos, que, segundo afirmou, não se conforma em ver um garoto ou uma garota de sua idade parado, sem pensar seu futuro profissional. Movido por essa vontade de transformar a realidade de comunidades carentes como Binóculo, Calabar, Alto das Pombas e Gantuá, Alves teve a idéia de criar um curso que tivesse um atrativo, no caso as aulas de informática, mas que fosse muito mais do que isso. Na verdade, o curso tem como base a formação em cidadania.
Durante a entrega dos certificados aos alunos, o diretor da FFCH, Antonio Guerreiro, fez questão de ressaltar a importância do envolvimento da universidade com a comunidade carente. "Esta é uma preocupação que a universidade tem que ter sempre: prestar serviços às comunidades", afirmou Guerreiro. Ele é defensor de uma integração social que possa favorecer a população não só no que diz respeito ao usufruto da área do campus para o lazer e a recreação, como também na participação de alunos e professores em questões relacionadas à melhoria da habitação, alimentação, saúde e educação dos moradores carentes.
Do total das 180 solicitações de inscrições, apenas 41 puderam ser efetivadas. Bancado pelo programa Capacitação Solidária do governo federal e com o apoio de diversas entidades como o Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, o restaurante Varal da Dadá e a Ufba, o projeto saiu do papel. De acordo com o idealizador do projeto, a intenção é a de dar continuidade ao curso, ainda esse ano, com a abertura de novas turmas.