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Detentos têm aula especial de ciência

Por Jornal do Commercio    9 de outubro de 2001
Um monitor e uma professora do Espaço Ciência passaram a manhã de ontem fazendo jogos e desafios sobre Matemática na escola do Presídio Aníbal Bruno Cerca de três mil estudantes visitam por mês o Espaço Ciência, no Parque Memorial Arcoverde, em Olinda. Ontem foi a vez do museu de ciências estadual visitar uma escola. Um monitor e uma professora da instituição passaram a manhã fazendo jogos, desafios e dinâmicas de grupo na Escola Professor Joel Pontes, no Presídio Aníbal Bruno. A unidade, no Curado, tem 250 alunos matriculados, da alfabetização ao ensino médio, entre os 3 mil presidiários. O assunto abordado foi a Matemática. O encontro, que vai ocorrer uma vez por mês, agradou os detentos. Mais de 100 deles se reuniram em torno da sala de aula improvisada embaixo das árvores, no pátio externo da escola, para participar da atividade. Aguardando julgamento há um ano e sete meses, Gilmar José da Silva, 28 anos, acha que a experiência "ajuda a despertar a mente para a matemática". Preso por porte ilegal de arma, ele é aluno da alfabetização e diz gostar um pouco de todas as disciplinas.

Edinaldo Albertino Ferreira, 25, também aprovou a atividade. "É bom aprender de uma forma diferente da sala de aula. Também é uma experiência nova ver todas as turmas reunidas para aprender", diz o detento, que há um ano aguarda julgamento também por porte ilegal de arma. Condenado por homicídio, Vitor Paulo, 20, gostou mesmo foi das "mágicas" (jogos de adivinhação numérica).

A experiência também foi boa para o monitor do Espaço Ciência Marcelo Pessoa, 19, aluno de Matemática da UFRPE. "Fazer as pessoas se divertirem ao mesmo tempo que aprendem é muito gratificante", diz. "Também é legal trabalhar com os presidiários sem pensar no que eles fizeram para estar aqui, mas no que posso fazer para ajudá-los."

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