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Universidade Solidária une prática da profissão com ajuda às comunidades pobres

Por Edmundo Rodrigues   5 de abril de 2002
Que tal mesclar a prática das atividades aprendidas na faculdade com a ajuda a populações menos favorecidas de todo o País ? estudantes de 160 universidades públicas e particulares de todo o país vêm enfrentando há cinco anos este desafio. Longe das salas de aula, professores e alunos mobilizam-se em favor de comunidades pobres do Brasil, visando superar as dificuldades de informação, articulação e organização enfrentadas por elas.

A iniciativa é do Programa Universidade Solidária (UniSol), que congrega universidades, municípios, empresas privadas e públicas. Tudo é feito de modo simples, mas criativo. Estudantes e professores deixam suas cidades por um mês para transmitir informações e noções básicas de saúde, educação, organização comunitária e cidadania a população carente.

"Os universitários viajam para melhorar a vida de comunidades pobres do interior do Brasil, mas quando voltam, trazem na mala lições que mudam suas próprias vidas", garante Elisabeth Vargas, coordenadora do programa. "A Universidade Solidária investe na formação de futuros profissionais, através da responsabilidade social, criatividade e liderança".

Para participar, os estudantes devem procurar as pró-reitorias de extensão (ou diretoria encarregada) nas universidades, que são responsáveis pela seleção dos estudantes e professores. Neste ano, 83 equipes universitárias de 21 estados diferentes iniciaram, em janeiro, o Módulo Nacional do Programa Universidade Solidária, utilizando conhecimentos acadêmicos no dia-a-dia de localidades pobres de 83 municípios de nove estados do nordeste. Ao todo serão cerca de 1 mil estudantes e 100 professores envolvidos nas atividades.

Até hoje, mais de 6 mil estudantes e 500 professores já participaram do programa, espalhados pelos mais distantes municípios brasileiros. Em Araci, na Bahia, por exemplo, universitários da Universidade Luterana do Brasil conseguiram reduzir a taxa de mortalidade infantil ao constatar que as parteiras da região utilizavam estrume de galinha e de cabra para cicatrizar o umbigo dos recém-nascidos.

Em Santa Maria do Cambucá (PE), estudantes auxiliaram na criação de uma usina de reciclagem de lixo, gerando empregos e deixando a cidade mais limpa e saudável. Em Carnaubais (RN), os alunos deram curso de artesanato para jovens, gerando uma nova fonte de renda para a comunidade. Em Veredas (BA), os universitários conseguiram vacinar 100% das crianças cujas famílias não tinham informações sobre as vacinas disponíveis no posto de saúde local. Tarefas que além de ajudarem populações carentes, ainda desenvolvem nos participantes um espírito de responsabilidade social que renderá benefícios ao longo de suas carreiras.

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