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Agita Mundo atrai 5 mil pessoas ao Ibirapuera
Além dos estandes que ofereciam vários serviços gratuitos ao público - como medição de pressão arterial, de peso, estatura, colesterol, glicemia e orientações sobre riscos do cigarro, massagem terapêutica e avaliação física -, também foram realizadas apresentações de dança e ginástica.
"Quando começamos com o Agita São Paulo, em 96, não imaginávamos que poderíamos mobilizar o resto do mundo", comentou Victor Matsudo, presidente do Celafiscs. "Mas alguns países da América Latina começaram a seguir a nossa iniciativa, o que chamou a atenção da Organização Mundial da Saúde, que neste ano está nos apoiando e espalhando a idéia por vários outros continentes".
Ao todo, 750 eventos de incentivo à prática de atividades esportivas foram realizados, simultaneamente, em 194 países do mundo. "Ninguém tem a intenção de formar campeões de nada, nem estimular que o povo vá para as academias. Queremos que todos saibam da importância de dedicar 30 minutos por dia à atividade física, medida que reduz em 50% as chances de um enfarte", ressaltou José da Silva Guedes, secretário Estadual da Saúde de São Paulo.
Segundo o secretário, iniciativas como o Agita Mundo podem esclarecer a população e, com isso, diminuir a ocorrência de mortes causadas por uma vida sedentária. "Há um estudo do Centro de Controle de Doenças de Atlanta, nos Estados Unidos, que constata cientificamente a melhora na vida das pessoas que mantêm uma atividade física constante. Trinta minutos por dia são suficientes para ter uma vida mais saudável", diz Guedes.
A vida sedentária é responsável pela ocorrência de doenças crônicas e degenerativas, como enfarte do miocárdio, diabetes e derrame, entre outras. "Não existe um vírus, uma bactéria que provoque essas doenças. A única coisa que podemos fazer para evitá-las é identificar os fatores de risco, que geralmente são tabagismo, hipertensão e o sedentarismo. Por isso é importante incentivar uma mudança de hábito entre todos, da criança ao idoso", disse o secretário.
Exemplo
Aos 85 anos de idade, o motorista aposentado Mathias Jurcovice é considerado um dos mais ativos alunos do curso de dança do Sesi de Mauá. Ao lado da esposa Maria de Lourdes, de 77 anos, com quem está casado há 57, Mathias exibia vitalidade e disposição no Ibirapuera.
"Joguei futebol dos 12 aos 70 anos, mas agora só faço dança, ginástica, caminhada, natação, vôlei, basquete, hidromassagem e aparelho para desenvolver os músculos", diz, minutos antes de apresentar sua coreografia ao lado dos amigos, no palco principal.
Dona Maria, que atualmente está um pouco afastada da ginástica e da dança por causa de uma artrose, se orgulha em ser a maior incentivadora do marido. "Vamos toda terça e toda quinta ao Sesi para praticar exercícios, não dá pra parar nunca."
Outros Estados
As manifestações em prol de uma vida mais saudável não se limitaram apenas a São Paulo, mas também trouxeram para a capital alguns representantes de outros estados. Foi o caso do índio Mauro Vítor, da tribo Kadiweu, de Mato Grosso, que ao lado de outros 10 índios mostrou ao público algumas de suas danças típicas, uma das atividades físicas mais praticadas em sua tribo. "Os mais jovens praticam outros exercícios, mas os mais velhos gostam mesmo é de dançar."
Direto de João Pessoa, Susicleide Dantas Carreiro era uma das representantes do comitê Agita Paraíba, uma ação conjunta promovida pelas Secretarias de Segurança Pública e de Saúde. Além de promover o Agita Mundo no bairro de Mangabeira - onde existe um conjunto residencial com cerca de 165 mil habitantes, em sua maioria, carentes -, o Estado também enviou alguns representantes a São Paulo.
"Há mais de um ano, já estamos promovendo ações de incentivo à prática de atividades físicas. No bairro de Mangabeira, onde está instalada a Secretaria de Segurança Pública, fazemos caminhadas diárias entre 5h30 e 7h30 da manhã. Temos estandes fixos onde são oferecidos à população testes de glicemia, medição de pressão arterial, tipagem sangüínea, além do acompanhamento médico por um fisioterapeuta, um cardiologista, uma assistente social e uma psicóloga, além das orientações de dois professores de educação física", explica.
De acordo com Susicleide, cerca de 1000 pessoas participam diariamente das atividades do Agita Paraíba.