Notícias
Deficientes entram no mercado de trabalho
Por Jornal do Brasil - CID BENJAMIN   17 de abril de 2002
Campanha quer fim do preconceito contra síndrome de Down
Portadora de síndrome de Down, a adolescente Mariana é a personagem principal da propaganda veiculada na TV que desperta a atenção para o problema e combate preconceitos. Garçonete da TGI Fridays, restaurante da Barra, Mariana circula com bandejas e bloco de anotações pelo ambiente, sob o olhar desconfiado dos clientes. De repente, ouve-se o barulho de pratos caindo. As atenções concentram-se na adolescente, mas a desastrada foi outra funcionária. Em off, uma voz constata: ''Você também acabou de cometer um erro. Quem tem síndrome de Down pode mais do que você imagina.'' O comercial é parte de uma campanha mais ampla, via TV, rádios e jornais, pela integração de portadores de deficiência física ao mercado de trabalho e à sociedade. Mariana realmente trabalha na TGI Frydays e mostra a cada dia que pacientes de síndrome de Down são capazes de exercer variadas funções. Eliminar os preconceitos que estigmatizam os cerca de 16 milhões de deficientes no Brasil, 50% deles com limitações mentais, é o objetivo da Sociedade Síndrome de Down, coordenadora da campanha.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 10% da população mundial têm algum tipo de deficiência. São cerca de 6,4 milhões de brasileiros com a síndrome. ''A campanha só se tornou realidade pelo esforço de pais de crianças e adolescentes com necessidades especiais'', observa Helena Werneck. presidente da entidade (www.ssd.org.br). ''Tudo está sendo gratuito, desde a produção das peças publicitárias, pela agência de publicidade Giovanni, até a veiculação nas emissoras de TV e nos jornais.''
Helena, arquiteta de formação e mãe de Paula, uma adolescente de 14 anos, portadora da doença, que já trabalhou no seriado ''Mulher'', da TV Globo, no papel de uma filha da personagem de Malu Mader. Hoje, além de estudar, Paula faz teatro no Tablado e pratica equitação. E participa de um grupo de dança de salão, formado por colegas da escola, todos com síndrome de Down, que já foi convidado duas vezes para se apresentar no exterior, no encerramento de conferências internacionais sobre a doença.
A união dos pais vem rendendo resultados. Em 2000, a prefeitura do Rio doou um terreno de quatro mil metros no Recreio dos Bandeirantes para a construção de uma escola de primeiro e segundo graus voltada para crianças e adolescentes com necessidades especiais. A construção, com recursos do Estado, está quase pronta. A escola vai absorver 220 alunos, com educação formal e profissionalizante.
Na maioria, crianças com Down freqüentam creches e pré-escolas regulares. Em idade escolar, necessitam da escola especial, por ter ritmo diferente de aprendizado. A nova unidade de ensino será a primeira com ensino profissionalizante específico no Rio. ''Muitas empresas demonstram boa vontade para empregar pessoas especiais, mas às vezes se esbarra na falta de qualificação profissional'', observa Helena. Por isso, não é raro as empresas desrespeitarem a legislação federal que obriga as com mais de 100 funcionários a dar emprego a portadores de deficiência. ''Queremos convencer as pessoas de que essas crianças podem ter um bom desempenho no emprego'', afirma Helena, para quem o grande inimigo é a desinformação da sociedade. ''Quanto mais pessoas especiais forem vistas trabalhando, com mais naturalidade o fato será recebido pela sociedade.''
Helena fala com entusiasmo de exemplos de integração de crianças e adolescentes com necessidades especiais. Um dos que protagonizam a campanha, Tiago, é botinho do Salvamar e auxilia os salva-vidas.
Animada, Helena já tem um novo projeto no horizonte: um curta metragem sobre a visão da síndrome de Down por portadores da doença. ''O roteiro está pronto, o projeto já foi aprovado pelo Ministério da Cultura e estamos na fase de captação de recursos.''
Portadores de deficiência
16 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência
8 milhões de brasileiros têm algum tipo de limitação mental
6,4 milhões destes têm síndrome de Down
Portadora de síndrome de Down, a adolescente Mariana é a personagem principal da propaganda veiculada na TV que desperta a atenção para o problema e combate preconceitos. Garçonete da TGI Fridays, restaurante da Barra, Mariana circula com bandejas e bloco de anotações pelo ambiente, sob o olhar desconfiado dos clientes. De repente, ouve-se o barulho de pratos caindo. As atenções concentram-se na adolescente, mas a desastrada foi outra funcionária. Em off, uma voz constata: ''Você também acabou de cometer um erro. Quem tem síndrome de Down pode mais do que você imagina.'' O comercial é parte de uma campanha mais ampla, via TV, rádios e jornais, pela integração de portadores de deficiência física ao mercado de trabalho e à sociedade. Mariana realmente trabalha na TGI Frydays e mostra a cada dia que pacientes de síndrome de Down são capazes de exercer variadas funções. Eliminar os preconceitos que estigmatizam os cerca de 16 milhões de deficientes no Brasil, 50% deles com limitações mentais, é o objetivo da Sociedade Síndrome de Down, coordenadora da campanha.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 10% da população mundial têm algum tipo de deficiência. São cerca de 6,4 milhões de brasileiros com a síndrome. ''A campanha só se tornou realidade pelo esforço de pais de crianças e adolescentes com necessidades especiais'', observa Helena Werneck. presidente da entidade (www.ssd.org.br). ''Tudo está sendo gratuito, desde a produção das peças publicitárias, pela agência de publicidade Giovanni, até a veiculação nas emissoras de TV e nos jornais.''
Helena, arquiteta de formação e mãe de Paula, uma adolescente de 14 anos, portadora da doença, que já trabalhou no seriado ''Mulher'', da TV Globo, no papel de uma filha da personagem de Malu Mader. Hoje, além de estudar, Paula faz teatro no Tablado e pratica equitação. E participa de um grupo de dança de salão, formado por colegas da escola, todos com síndrome de Down, que já foi convidado duas vezes para se apresentar no exterior, no encerramento de conferências internacionais sobre a doença.
A união dos pais vem rendendo resultados. Em 2000, a prefeitura do Rio doou um terreno de quatro mil metros no Recreio dos Bandeirantes para a construção de uma escola de primeiro e segundo graus voltada para crianças e adolescentes com necessidades especiais. A construção, com recursos do Estado, está quase pronta. A escola vai absorver 220 alunos, com educação formal e profissionalizante.
Na maioria, crianças com Down freqüentam creches e pré-escolas regulares. Em idade escolar, necessitam da escola especial, por ter ritmo diferente de aprendizado. A nova unidade de ensino será a primeira com ensino profissionalizante específico no Rio. ''Muitas empresas demonstram boa vontade para empregar pessoas especiais, mas às vezes se esbarra na falta de qualificação profissional'', observa Helena. Por isso, não é raro as empresas desrespeitarem a legislação federal que obriga as com mais de 100 funcionários a dar emprego a portadores de deficiência. ''Queremos convencer as pessoas de que essas crianças podem ter um bom desempenho no emprego'', afirma Helena, para quem o grande inimigo é a desinformação da sociedade. ''Quanto mais pessoas especiais forem vistas trabalhando, com mais naturalidade o fato será recebido pela sociedade.''
Helena fala com entusiasmo de exemplos de integração de crianças e adolescentes com necessidades especiais. Um dos que protagonizam a campanha, Tiago, é botinho do Salvamar e auxilia os salva-vidas.
Animada, Helena já tem um novo projeto no horizonte: um curta metragem sobre a visão da síndrome de Down por portadores da doença. ''O roteiro está pronto, o projeto já foi aprovado pelo Ministério da Cultura e estamos na fase de captação de recursos.''
Portadores de deficiência
16 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência
8 milhões de brasileiros têm algum tipo de limitação mental
6,4 milhões destes têm síndrome de Down