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Tecnologias Sociais geram renda e melhoram merenda escolar
Por Cidadania-e -Tatiana Wittmann   30 de abril de 2002
As tecnologias sociais que estão sendo realizadas no Brasil vêm chamando
atenção por sua multiplicidade de benefícios. Muitas agem em diferentes
frentes, solucionando vários problemas ao mesmo tempo. Dois exemplos deste
trabalho são os projetos "Bolsa da Terra" e "Amassar a Massa e Prolongar a
Vida" que estão, ao mesmo tempo, gerando renda e melhorando a qualidade da
merenda escolar de Cuiabá (Mato Grosso) e Fonte Boa (Amazônia),
respectivamente.
Criado há dois anos pela Prefeitura de Cuiabá, o Bolsa da Terra tinha como objetivo principal garantir que a os pequenos produtores tivessem seus produtos consumidos e assim, fomentar a produção na zona rural. "Antes do Bolsa da Terra os alimentos da merenda escolar da rede municipal eram comprados dos atacadistas, intermediários e grandes empresas, que ganhavam as licitações", explica o Secretário Municipal de Educação, Carlos Alberto Maldonado. Agora a agricultura familiar do entorno da cidade pode competir com os grandes fornecedores, em geral mais estruturados, de igual para igual.
Um leilão às avessas O Bolsa da Terra foi criado através das secretarias de Educação e de Agricultura, em parceria com a Bolsa de Cereais e Mercadorias de Mato Grosso, e funciona como um leilão as avessas. "Deixamos de fazer licitação e passamos a comprar por pregão os alimentos da merenda escolar. Fazemos uma média do preço que o alimento está sendo vendido no mercado e reunimos todos os produtores cadastrados em um galpão e fazemos o pregão. Começamos a venda pelo preço médio e os vendedores vão reduzindo este valor até a venda", explica Maldonado. Para se cadastrar o produtor deve fazer parte de alguma associação ou cooperativa. Também são aceitos cadastros de empresas. "Além de ser pessoa jurídica, o vendedor deve provar a capacidade de fornecer todo o alimento que a prefeitura quer comprar e deve ter idoneidade", diz o Secretário.
Com este sistema a Prefeitura acabou não só atingindo o seu objetivo como também melhorando a qualidade da merenda escolar das 105 escolas públicas do município, que atendem cerca de 46 mil crianças. "Temos uma verba mensal de R$ 150 mil para a aquisição de gêneros alimentícios para a merenda escolar. Como conseguimos baixar o preço destes produtos básicos conseguimos abrir espaço para que novos alimentos entrassem no cardápio, como batata, cebola, farinha e rapadura", comemora.
Muitos benefícios Além de gerar renda para os pequenos produtores, reduzir o preço dos produtos alimentares comprados e melhorar a qualidade da merenda escolar, o Bolsa Terra também deu transparência absoluta ao processo de compra.
Segundo Carlos, esta ação faz parte da política de educação rural do município. "Queríamos dar acesso aos pequenos produtores, para fixá-los no campo, com qualidade de vida. É preciso que eles tenham uma fonte de renda e uma perspectiva de futuro para não deixarem o campo em busca de trabalho na periferia da cidade, onde a qualidade de vida é ainda menor", explica.
Idéia simples, resultados surpreendentes Em Pernambuco, uma idéia simples também possibilitou gerar renda e melhorar a merenda escolar. Mestre em Ciências de Alimentos e doutor em Bioquímica Aplicada, Carlos Aragão, percebeu que era possível transformar frutos e espécies nativas da Amazônia em produtos de alto valor nutritivo para uso na merenda escolar. Com o apoio da Prefeitura Municipal de Fonte Boa e da Universidade Federal do Amazonas, ele criou o projeto Amassar a Massa e Prolongar a Vida.
A saída foi aprimorar as casas de família de farinha da região instalando uma bicicleta para triturar a mandioca. "Antes, se o produtor não tinha luz para ter um motor, tinha que triturar usando a própria força", conta Aragão. Outra novidade foi desidratar alimentos para a utilização na entressafra. Os produtos triturados, desidratados e torrados nestas casas são misturados à farinha de mandioca tradicional, aumentando o valor nutritivo dela. "Conseguimos assim resolver a carência e falta de regularidade na oferta de produtos alimentícios, por causa da localização do município no extremo ocidental da Amazônia. Agora misturamos na farinha alimentos como castanha do Brasil, batata doce, peixe e cará", conta Aragão. Nas casas de farinha também são feitas as secagens de cupuaçu e da popunha.
Atualmente dez casas de farinha estão utilizando a bicicleta para aumentar a velocidade de trituração da mandioca. "Cada casa é utilizada por uma família. Eles produzem a farinha, misturam nela os alimentos desidratados e vendem para compradores da região", diz Aragão. O maior comprador da farinha nutritiva é a Prefeitura de Fonte Boa, que fornece 5 mil refeições por dia. "A produção aumentou cerca de 80%, pois foi simplificada. A família toda ajuda triturar a mandioca pedalando a bicicleta. É trabalho e diversão", conta.
Segundo Aragão, além de deixar a farinha mais nutritiva e aumentar a produção local, a tecnologia social também ajudou na diminuição do abandono escolar. "A principal pauta do município é a saúde, e é por isso que a Prefeitura está investindo na merenda escolar. As crianças estão mais fortes e mais saudáveis", comemora.
Conheça mais sobre estes projetos no Banco de Tecnologias Sociais (www.tecnologiasocial.org.br), da Fundação Banco do Brasil.
Criado há dois anos pela Prefeitura de Cuiabá, o Bolsa da Terra tinha como objetivo principal garantir que a os pequenos produtores tivessem seus produtos consumidos e assim, fomentar a produção na zona rural. "Antes do Bolsa da Terra os alimentos da merenda escolar da rede municipal eram comprados dos atacadistas, intermediários e grandes empresas, que ganhavam as licitações", explica o Secretário Municipal de Educação, Carlos Alberto Maldonado. Agora a agricultura familiar do entorno da cidade pode competir com os grandes fornecedores, em geral mais estruturados, de igual para igual.
Um leilão às avessas O Bolsa da Terra foi criado através das secretarias de Educação e de Agricultura, em parceria com a Bolsa de Cereais e Mercadorias de Mato Grosso, e funciona como um leilão as avessas. "Deixamos de fazer licitação e passamos a comprar por pregão os alimentos da merenda escolar. Fazemos uma média do preço que o alimento está sendo vendido no mercado e reunimos todos os produtores cadastrados em um galpão e fazemos o pregão. Começamos a venda pelo preço médio e os vendedores vão reduzindo este valor até a venda", explica Maldonado. Para se cadastrar o produtor deve fazer parte de alguma associação ou cooperativa. Também são aceitos cadastros de empresas. "Além de ser pessoa jurídica, o vendedor deve provar a capacidade de fornecer todo o alimento que a prefeitura quer comprar e deve ter idoneidade", diz o Secretário.
Com este sistema a Prefeitura acabou não só atingindo o seu objetivo como também melhorando a qualidade da merenda escolar das 105 escolas públicas do município, que atendem cerca de 46 mil crianças. "Temos uma verba mensal de R$ 150 mil para a aquisição de gêneros alimentícios para a merenda escolar. Como conseguimos baixar o preço destes produtos básicos conseguimos abrir espaço para que novos alimentos entrassem no cardápio, como batata, cebola, farinha e rapadura", comemora.
Muitos benefícios Além de gerar renda para os pequenos produtores, reduzir o preço dos produtos alimentares comprados e melhorar a qualidade da merenda escolar, o Bolsa Terra também deu transparência absoluta ao processo de compra.
Segundo Carlos, esta ação faz parte da política de educação rural do município. "Queríamos dar acesso aos pequenos produtores, para fixá-los no campo, com qualidade de vida. É preciso que eles tenham uma fonte de renda e uma perspectiva de futuro para não deixarem o campo em busca de trabalho na periferia da cidade, onde a qualidade de vida é ainda menor", explica.
Idéia simples, resultados surpreendentes Em Pernambuco, uma idéia simples também possibilitou gerar renda e melhorar a merenda escolar. Mestre em Ciências de Alimentos e doutor em Bioquímica Aplicada, Carlos Aragão, percebeu que era possível transformar frutos e espécies nativas da Amazônia em produtos de alto valor nutritivo para uso na merenda escolar. Com o apoio da Prefeitura Municipal de Fonte Boa e da Universidade Federal do Amazonas, ele criou o projeto Amassar a Massa e Prolongar a Vida.
A saída foi aprimorar as casas de família de farinha da região instalando uma bicicleta para triturar a mandioca. "Antes, se o produtor não tinha luz para ter um motor, tinha que triturar usando a própria força", conta Aragão. Outra novidade foi desidratar alimentos para a utilização na entressafra. Os produtos triturados, desidratados e torrados nestas casas são misturados à farinha de mandioca tradicional, aumentando o valor nutritivo dela. "Conseguimos assim resolver a carência e falta de regularidade na oferta de produtos alimentícios, por causa da localização do município no extremo ocidental da Amazônia. Agora misturamos na farinha alimentos como castanha do Brasil, batata doce, peixe e cará", conta Aragão. Nas casas de farinha também são feitas as secagens de cupuaçu e da popunha.
Atualmente dez casas de farinha estão utilizando a bicicleta para aumentar a velocidade de trituração da mandioca. "Cada casa é utilizada por uma família. Eles produzem a farinha, misturam nela os alimentos desidratados e vendem para compradores da região", diz Aragão. O maior comprador da farinha nutritiva é a Prefeitura de Fonte Boa, que fornece 5 mil refeições por dia. "A produção aumentou cerca de 80%, pois foi simplificada. A família toda ajuda triturar a mandioca pedalando a bicicleta. É trabalho e diversão", conta.
Segundo Aragão, além de deixar a farinha mais nutritiva e aumentar a produção local, a tecnologia social também ajudou na diminuição do abandono escolar. "A principal pauta do município é a saúde, e é por isso que a Prefeitura está investindo na merenda escolar. As crianças estão mais fortes e mais saudáveis", comemora.
Conheça mais sobre estes projetos no Banco de Tecnologias Sociais (www.tecnologiasocial.org.br), da Fundação Banco do Brasil.