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Índia poderá ter mais casos de Aids do que qualquer outro país
Por Folha Online - http://www.folhaonline.com.br/   2 de maio de 2002
da Reuters, em Nova Déli
A Índia terá o maior número de pessoas do mundo infectadas com HIV/Aids em poucos anos, ultrapassando a África do Sul, caso não sejam tomadas medidas para controlar a doença fatal, disse hoje o chefe da Unaids, Peter Piot.
"Em termos de números absolutos, a Índia vai ultrapassar a África do Sul", disse Piot à Reuters. "Em poucos anos, a Índia terá o maior número de pessoas infectadas com o HIV do mundo inteiro. Mas em termos relativos, não acredito que a Índia irá para o mesmo caminho que a África do Sul segue."
Atualmente, há 3,8 milhões de indianos com HIV/Aids enquanto na África do Sul, o país mais atingido pela doença, existem 4,7 milhões de infectados. Mas enquanto 20% dos adultos sul-africanos estão infectados, o dado equivalente na Índia é de apenas 0,7%, demonstram dados da ONU (Organização das Nações Unidas).
"Em dez anos a partir de agora, haverá dezenas de milhões de infectados na Índia", prevê o executivo.
Embora o governo da Índia tenha lançado um programa nacional para controlar a transmissão da doença, ele enfrenta uma batalha social e cultural por causa do grande estigma vinculado à Aids, que é transmitida por meio do sangue e de fluidos corporais de pessoas contaminadas.
A Aids ultrapassou as fronteiras dos grupos de risco, como prostitutas, usuários de drogas injetáveis e homossexuais, e chegou a grandes regiões rurais e urbanas. Piot ressaltou que muitos indianos acreditam que não correm o risco de ter Aids porque acham que a enfermidade atinge apenas certas categorias de pessoas.
"Por muito tempo, há uma negação de que o problema está lá e que pode afetar todos os níveis da população. Ainda existe a concepção de que isso é algo para os homens homossexuais e usuários de drogas muito pobres. As pessoas dizem 'Eu não me encaixo nisso até que eu pegue a doença'. Essa é uma ilusão muito perigosa", disse Piot.
"Além disso, vergonha, estigma e discriminação associados à doença faz com que fique mais difícil falar sobre isso, a se abrir, e a ser explícito nas mensagens. Mas não vejo como controlar a Aids sem falar de sexo."
Epidemia
Um relatório da Unaids afirma que a Aids já se tornou a quarta causa de morte mundialmente -doença cardíaca ocupa o primeiro lugar do ranking. Cerca de 40 milhões de pessoas estão com o vírus, segundo o órgão.
Piot disse que está particularmente preocupado com algumas áreas da Índia, como o estado de Maharashta, onde 2% da população adulta é HIV-positiva, e a região nordeste, onde entre 30% e 40% dos usuários de droga injetáveis têm Aids ou o HIV.
"Para eles isso é uma epidemia. O que sabemos é que estamos apenas no início da epidemia. Ela continua se espalhando", disse.
Piot também acredita que os Estados de Uttar Pradesh e Bihar são extremamente vulneráveis à enfermidade porque têm uma grande população de migrantes.
"É muito importante quebrar o silêncio. Espero que algum dia, os líderes religiosos influentes, jogadores de críquete e estrelas de cinema falem sobre Aids e não tenham vergonha de ter seus nomes associados à doença."
A Índia terá o maior número de pessoas do mundo infectadas com HIV/Aids em poucos anos, ultrapassando a África do Sul, caso não sejam tomadas medidas para controlar a doença fatal, disse hoje o chefe da Unaids, Peter Piot.
"Em termos de números absolutos, a Índia vai ultrapassar a África do Sul", disse Piot à Reuters. "Em poucos anos, a Índia terá o maior número de pessoas infectadas com o HIV do mundo inteiro. Mas em termos relativos, não acredito que a Índia irá para o mesmo caminho que a África do Sul segue."
Atualmente, há 3,8 milhões de indianos com HIV/Aids enquanto na África do Sul, o país mais atingido pela doença, existem 4,7 milhões de infectados. Mas enquanto 20% dos adultos sul-africanos estão infectados, o dado equivalente na Índia é de apenas 0,7%, demonstram dados da ONU (Organização das Nações Unidas).
"Em dez anos a partir de agora, haverá dezenas de milhões de infectados na Índia", prevê o executivo.
Embora o governo da Índia tenha lançado um programa nacional para controlar a transmissão da doença, ele enfrenta uma batalha social e cultural por causa do grande estigma vinculado à Aids, que é transmitida por meio do sangue e de fluidos corporais de pessoas contaminadas.
A Aids ultrapassou as fronteiras dos grupos de risco, como prostitutas, usuários de drogas injetáveis e homossexuais, e chegou a grandes regiões rurais e urbanas. Piot ressaltou que muitos indianos acreditam que não correm o risco de ter Aids porque acham que a enfermidade atinge apenas certas categorias de pessoas.
"Por muito tempo, há uma negação de que o problema está lá e que pode afetar todos os níveis da população. Ainda existe a concepção de que isso é algo para os homens homossexuais e usuários de drogas muito pobres. As pessoas dizem 'Eu não me encaixo nisso até que eu pegue a doença'. Essa é uma ilusão muito perigosa", disse Piot.
"Além disso, vergonha, estigma e discriminação associados à doença faz com que fique mais difícil falar sobre isso, a se abrir, e a ser explícito nas mensagens. Mas não vejo como controlar a Aids sem falar de sexo."
Epidemia
Um relatório da Unaids afirma que a Aids já se tornou a quarta causa de morte mundialmente -doença cardíaca ocupa o primeiro lugar do ranking. Cerca de 40 milhões de pessoas estão com o vírus, segundo o órgão.
Piot disse que está particularmente preocupado com algumas áreas da Índia, como o estado de Maharashta, onde 2% da população adulta é HIV-positiva, e a região nordeste, onde entre 30% e 40% dos usuários de droga injetáveis têm Aids ou o HIV.
"Para eles isso é uma epidemia. O que sabemos é que estamos apenas no início da epidemia. Ela continua se espalhando", disse.
Piot também acredita que os Estados de Uttar Pradesh e Bihar são extremamente vulneráveis à enfermidade porque têm uma grande população de migrantes.
"É muito importante quebrar o silêncio. Espero que algum dia, os líderes religiosos influentes, jogadores de críquete e estrelas de cinema falem sobre Aids e não tenham vergonha de ter seus nomes associados à doença."