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Milhões de crianças na AL não têm infância, diz OIT

Por A Crítica    13 de maio de 2002
NOVA YORK (AFP) - Milhões de crianças na América Latina não têm infância e se vêem obrigadas a trabalhar, denunciou em Nova York o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavía, durante a sessão especial das Nações Unidas sobre a Infância. Segundo cifras da OIT, na América Latina e no Caribe, 17,4 milhões de crianças entre cinco e 17 anos são obrigadas a trabalhar.

No mundo, este número ascende a 179 milhões, o que representa um em cada oito. Só no Brasil, mais de sete milhões de meninos e meninas trabalham e 560.000 destas crianças são empregadas domésticas.

No Brasil, na Colômbia e no Equador, 20% das meninas entre 10 e 14 anos trabalham no serviço doméstico, sendo que nas zonas rurais o percentual é ainda mais elevado.

Segundo a OIT, mais de dois milhões de crianças de cinco a 15 anos trabalham na agricultura na República Dominicana, Guatemala, Honduras, Nicaragua e Panamá. Mais de 60 mil crianças trabalham no campo na Costa Rica, 134.000 na República Dominicana e 110 mil em Nicarágua.

Em Honduras, 40% das crianças que se vêem obrigados a trabalhar estão no setor agrícola. Na Guatemala e em El Salvador o percentual se eleva a 65% e a 67% respectivamente. Em El Salvador - diz a OIT - para as festas de Natal, 3.500 crianças trabalham na fabricação de fogos de artifício. No Equador, 314.900 crianças são consideradas economicamente ativas, de uma população total de 12 milhões de habitantes.

O documento precisa que o trabalho infantil é um problema crescente nos países mais pobres e maiores do Caribe, como Belize, Guiana, Jamaica e Suriname. A OIT estima que 500 mil crianças trabalham em minas de ouro do Peru e 13.500, na Bolívia.

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