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Pobres são 32% no País mas somam 54 milhões
Por O Povo    22 de maio de 2002
Brasil defenderá em Roma que apesar de registrar níveis inaceitáveis de
miséria, o País conseguiu reduzir significativamente o número de pobres
durante a década de 90 e avançar na solução do problema da fome
Relatório preparado pelo Ministério das Relações Exteriores em conjunto com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a proporção de pobres no País caiu de 44%, em 1990, para 32%, em 2000. Acrescenta que, numa lista de nações latino-americanas, o Brasil foi a que apresentou a maior queda na pobreza. Mesmo assim, o estudo calcula que, há dois anos, 54 milhões de brasileiros eram pobres e 22 milhões, miseráveis.
Esse relatório otimista vai ser apresentado pelo governo brasileiro na Cúpula Mundial de Alimentação, da Organização das Nações Unidas (ONU), de 10 e 13 de junho, em Roma. Apesar de o planeta deixar de ter atingido as metas de redução da fome estabelecidas há cinco anos.
Os representantes brasileiros vão defender que, apesar de o Brasil ainda registrar níveis inaceitáveis de miséria, o País conseguiu reduzir significativamente o número de pobres durante a década de 90 e avançar na solução do problema da fome.
''É verdade que ninguém pode dizer que conseguimos acabar com a pobreza. Os números ainda nos envergonham, mas é inegável o avanço na década'' - disse o ministro-conselheiro do Itamaraty e responsável pelo documento brasileiro, Hildebrando Tadeu Valadares, durante reunião preparatória para a cúpula, ontem, no Rio.
O governo vai argumentar que há indícios de maior queda da miséria no País no futuro próximo, ao contrário do que ocorre no resto do mundo. Essa seria uma tendência clara, segundo Valadares, por causa da melhora de vários indicadores sociais no País, como queda do analfabetismo e da mortalidade infantil.
A Cúpula Mundial de Alimentação anterior, ocorrida em 1996 na sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), na capital italiana, fixou uma meta de reduzir a fome no planeta pela metade até 2015: hoje, cerca de 800 milhões de pessoas são consideradas cronicamente desnutridas.
Para isso, seria preciso que, por ano, 22 milhões deixassem de passar fome. Mas nos últimos anos a queda anual no número de famintos é de apenas seis milhões.
No documento a ser levado a Roma, os representantes do Governo brasileiro vão prestar contas dos programas desenvolvidos nos últimos cinco anos para reduzir a miséria e voltar a pedir maior flexibilidade e redução das barreiras comerciais de países desenvolvidos para produtos agrícolas brasileiros. Mas o argumento principal do Governo é que a redução da pobreza exige soluções internas, já que o País produz mais do que o necessário para alimentar toda a população.
O problema é a desigualdade na distribuição dos recursos. ''E isso tem que ser resolvido aqui, pelos brasileiros'' - disse o embaixador Álvaro Alencar, um dos responsáveis pela elaboração do relatório.
O ato preparatório, realizado ontem no Palácio do Itamaraty, Centro do Rio, também contou com a presença do cantor Gilberto Gil, que é embaixador da FAO e participa da luta contra a pobreza. ''Confesso que me sinto impotente diante de um problema dessa ordem, que é a pobreza'' - disse Gil, que fez um pequeno show para encerrar a reunião. (Agência Estado)
Relatório preparado pelo Ministério das Relações Exteriores em conjunto com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a proporção de pobres no País caiu de 44%, em 1990, para 32%, em 2000. Acrescenta que, numa lista de nações latino-americanas, o Brasil foi a que apresentou a maior queda na pobreza. Mesmo assim, o estudo calcula que, há dois anos, 54 milhões de brasileiros eram pobres e 22 milhões, miseráveis.
Esse relatório otimista vai ser apresentado pelo governo brasileiro na Cúpula Mundial de Alimentação, da Organização das Nações Unidas (ONU), de 10 e 13 de junho, em Roma. Apesar de o planeta deixar de ter atingido as metas de redução da fome estabelecidas há cinco anos.
Os representantes brasileiros vão defender que, apesar de o Brasil ainda registrar níveis inaceitáveis de miséria, o País conseguiu reduzir significativamente o número de pobres durante a década de 90 e avançar na solução do problema da fome.
''É verdade que ninguém pode dizer que conseguimos acabar com a pobreza. Os números ainda nos envergonham, mas é inegável o avanço na década'' - disse o ministro-conselheiro do Itamaraty e responsável pelo documento brasileiro, Hildebrando Tadeu Valadares, durante reunião preparatória para a cúpula, ontem, no Rio.
O governo vai argumentar que há indícios de maior queda da miséria no País no futuro próximo, ao contrário do que ocorre no resto do mundo. Essa seria uma tendência clara, segundo Valadares, por causa da melhora de vários indicadores sociais no País, como queda do analfabetismo e da mortalidade infantil.
A Cúpula Mundial de Alimentação anterior, ocorrida em 1996 na sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), na capital italiana, fixou uma meta de reduzir a fome no planeta pela metade até 2015: hoje, cerca de 800 milhões de pessoas são consideradas cronicamente desnutridas.
Para isso, seria preciso que, por ano, 22 milhões deixassem de passar fome. Mas nos últimos anos a queda anual no número de famintos é de apenas seis milhões.
No documento a ser levado a Roma, os representantes do Governo brasileiro vão prestar contas dos programas desenvolvidos nos últimos cinco anos para reduzir a miséria e voltar a pedir maior flexibilidade e redução das barreiras comerciais de países desenvolvidos para produtos agrícolas brasileiros. Mas o argumento principal do Governo é que a redução da pobreza exige soluções internas, já que o País produz mais do que o necessário para alimentar toda a população.
O problema é a desigualdade na distribuição dos recursos. ''E isso tem que ser resolvido aqui, pelos brasileiros'' - disse o embaixador Álvaro Alencar, um dos responsáveis pela elaboração do relatório.
O ato preparatório, realizado ontem no Palácio do Itamaraty, Centro do Rio, também contou com a presença do cantor Gilberto Gil, que é embaixador da FAO e participa da luta contra a pobreza. ''Confesso que me sinto impotente diante de um problema dessa ordem, que é a pobreza'' - disse Gil, que fez um pequeno show para encerrar a reunião. (Agência Estado)