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Soluções econômicas auto-sustentáveis para a Amazônia
Por Instituto Ethos    7 de junho de 2002
Os exemplos de soluções auto-sustentáveis para o desenvolvimento econômico
da Amazônia já existem, apesar da falta de uma política governamental bem
definida para a região. Esta foi a tônica do painel "Economia Sustentável na
Amazônia", apresentada na tarde desta quinta-feira. "É preciso mudar esse
padrão econômico imediatista voltado à extração, que tem uma curva de
crescimento-falência, e é insustentável do ponto de vista de soberania,
economia e realidade social", alertou Adalberto Veríssimo, engenheiro
agrônomo coordenador de pesquisa da Imazon.
O especialista destaca que, diante da falta de políticas para a região, o grande dilema local passa pela opção entre a manutenção de práticas extrativistas, que geram lucros no curto prazo, ou a adoção de um modelo de economia sustentável com base na economia da floresta, com benefícios de longo prazo para o País. "Por isso, é fundamental, entre outras ações, que o governo estabilize a renda local, crie impostos sobre desmatamento, promova o manejo florestal e ordene o uso do solo", enumera Veríssimo. Ele lembra que 15% da Amazônia já está desmatada, uma área ainda mal aproveitada economicamente, que não é apropriada para a agropecuária pela alta incidência de chuvas.
Um bom exemplo de uma exploração auto-sustentada é o da empresa Mauná Alimentos, localizada na Ilha de Marajó, no Pará, que extrai de forma controlada o fruto e o palmito do açaizeiro. A empresa foi certificada e ganhou até o apoio de um "fundo de investimentos verde". Mais do que isso, transformou a realidade da população local, até então totalmente desassistida pelo Estado. "Houve uma mudança de paradigma, pois a empresa conseguiu chamar a atenção do governo local para uma população que sequer tinha registro de nascimento e passou a receber apoio de projetos públicos", conta a administradora Alexandra Almeida. "O grande desafio do manejo é educar uma população que antes extraía tudo, preocupada apenas com a subsistência do presente, a passar para uma prática mais planejada, voltada a um aproveitamento econômico permanente".
Uma mudança ainda mais radical enfrentou a Cikel Brasil Verde, que há quatro anos era uma madeireira com a tradicional postura extrativista e adotou um plano de manejo florestal sustentado. "Isso melhorou a rentabilidade da empresa, pois a certificação nos permite atuar com preços 30% superiores e respondeu à demanda de um mercado cada vez mais exigente", explica o gerente florestal Alcyr Ribeiro Carneiro de Almeida. Os métodos de exploração de baixo impacto de madeira da Cikel no Pará e no Maranhão foram certificados e exigiram um maior planejamento da atuação, pesquisa, monitoramento ambiental, controle de qualidade e transparência, com ações que incluem até coleta seletiva do lixo gerado nas áreas exploradas.
O especialista destaca que, diante da falta de políticas para a região, o grande dilema local passa pela opção entre a manutenção de práticas extrativistas, que geram lucros no curto prazo, ou a adoção de um modelo de economia sustentável com base na economia da floresta, com benefícios de longo prazo para o País. "Por isso, é fundamental, entre outras ações, que o governo estabilize a renda local, crie impostos sobre desmatamento, promova o manejo florestal e ordene o uso do solo", enumera Veríssimo. Ele lembra que 15% da Amazônia já está desmatada, uma área ainda mal aproveitada economicamente, que não é apropriada para a agropecuária pela alta incidência de chuvas.
Um bom exemplo de uma exploração auto-sustentada é o da empresa Mauná Alimentos, localizada na Ilha de Marajó, no Pará, que extrai de forma controlada o fruto e o palmito do açaizeiro. A empresa foi certificada e ganhou até o apoio de um "fundo de investimentos verde". Mais do que isso, transformou a realidade da população local, até então totalmente desassistida pelo Estado. "Houve uma mudança de paradigma, pois a empresa conseguiu chamar a atenção do governo local para uma população que sequer tinha registro de nascimento e passou a receber apoio de projetos públicos", conta a administradora Alexandra Almeida. "O grande desafio do manejo é educar uma população que antes extraía tudo, preocupada apenas com a subsistência do presente, a passar para uma prática mais planejada, voltada a um aproveitamento econômico permanente".
Uma mudança ainda mais radical enfrentou a Cikel Brasil Verde, que há quatro anos era uma madeireira com a tradicional postura extrativista e adotou um plano de manejo florestal sustentado. "Isso melhorou a rentabilidade da empresa, pois a certificação nos permite atuar com preços 30% superiores e respondeu à demanda de um mercado cada vez mais exigente", explica o gerente florestal Alcyr Ribeiro Carneiro de Almeida. Os métodos de exploração de baixo impacto de madeira da Cikel no Pará e no Maranhão foram certificados e exigiram um maior planejamento da atuação, pesquisa, monitoramento ambiental, controle de qualidade e transparência, com ações que incluem até coleta seletiva do lixo gerado nas áreas exploradas.