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As tendências da responsabilidade social: como gerenciar pessoas num ambiente socialmente responsável
Por Catho Online - Gisele Horta   25 de julho de 2002
Dada a relevância do tema "responsabilidade social", vinculado no meio
empresarial a um novo modelo de gestão, a responsabilidade social deixou de
ser uma opção para se tornar um componente estratégico na política das
empresas. Tal tendência vem se delineando substancialmente nos últimos anos
e desafia as grandes empresas a adotar uma postura de benemerência desfocada
dos objetivos econômicos e essenciais da organização, evitando que a imagem
e os valores das empresas sejam confundidos com simples propaganda,
superando antigos paradigmas de lucratividade, para, então, viabilizar uma
postura cidadã integrada ao processo de desenvolvimento social do país.
Observa-se a expansão da filantropia empresarial, as denominadas
"empresas-cidadãs" com altos investimentos financeiros em tecnologia e
mão-de-obra em busca de uma melhor imagem social, com a vantagem de
usufruirem de incentivo fiscal de 2% sobre o lucro operacional.
A adoção deste novo modelo de gerenciamento social leva as empresas,
preocupadas com a sua boa imagem, a investirem milhões de reais em projetos
de educação, cultura e ecologia, sendo estes os três setores preferenciais.
Como, então, estabelecer uma linha de atuação para a empresa, considerando todas as dimensões da responsabilidade social, alinhando interesses e superando desafios que impactam na própria cultura organizacional? Implementar e instituir uma política de recursos humanos interligada a um projeto de serviços sociais que esteja voltado tanto para a coletividade quanto para o público interno (empregados), garantindo que a responsabilidade social também aconteça "dentro de casa", ou seja, para fazer o bem ao próximo é preciso antes estar bem consigo mesmo. Neste processo, uma outra tendência da responsabilidade social ganha visibilidade: a de gerenciar pessoas num ambiente socialmente responsável.
E neste sentido, é imprescindível a contribuição do serviço social na estrutura organizacional da empresa. A formação de assistente social qualifica o profissional para uma atuação multidisciplinar, uma vez que este é o "profissional do relacionamento", ou seja, um intermediário das relações.
Mas será mesmo que podemos considerar que o profissional da área de serviço social possui capacitação para uma atuação satisfatória que produza ações concretas na política de responsabilidade social? Simplificando ao máximo, podemos dizer que, embora o perfil predominante dos assistentes sociais seja, como nos termos de Netto (1992), "executores terminais de políticas sociais no campo empresarial", o qual nos interessa. O profissional da área possui um know-how na área de recursos humanos e relações de trabalho, entre outros, como o domínio do processo de planejamento, a competência no gerenciamento, a avaliação de programas e projetos sociais, a mobilização da comunidade para implantação destes, o gerenciamento participativo e a capacidade de negociação e de lidar com mudanças.
Aliás, algumas empresas colocam a qualidade de vida no trabalho e a prevenção de riscos sociais como uma das prioridades da política de recursos humanos. O resultado é um empregado mais motivado, que trabalha com prazer e, com certeza, muito mais saudável. Merece destaque, também, a chamada "cultura da qualidade", que as empresas vêm implantando em seus ambientes. Semelhante à certificação da série ISO 9000 de qualidade e produtividade, a versão no campo social e, em específico, empresarial, é denominada S/A 8000 (Social Accountability Internacional), disseminada pela CEPAA - Courcil on Economic Priorities Accreditation Agency, New York. Tem como objetivo, estimular as organizações empresariais a desenvolverem ações concretas no âmbito social interno (empregados) e externo(comunidade).
Procurei, ao longo desta reflexão, apresentar as tendências atuais da responsabilidade social: o novo modelo de empreendedorismo social e o gerenciamento de pessoas num ambiente socialmente responsável. Ressalto, ainda, as contribuições do profissional da área de serviço social (assistente social) inserido nesta nova estrutura organizacional das empresas.
Finalmente, cabe aqui enfatizar que as empresas e grandes organizações econômicas que agregam valores como cidadania e ética, cientes de que o lucro, a produtividade e a imagem da empresa só serão realmente conquistadas e principalmente mantidas por empresas genuinamente cidadãs, conquistam a respeitabilidade e a admiração de toda a sociedade.
Gisele Horta é assistente social, membro da Diretoria do Conselho Regional de Serviço Social de Minas Gerais 6ª região - Cress e consultora de ONGs e entidades não-g overnamentais no gerenciamento de projetos sociais/ E-mail: gihorta@zipmail.com.br)
Como, então, estabelecer uma linha de atuação para a empresa, considerando todas as dimensões da responsabilidade social, alinhando interesses e superando desafios que impactam na própria cultura organizacional? Implementar e instituir uma política de recursos humanos interligada a um projeto de serviços sociais que esteja voltado tanto para a coletividade quanto para o público interno (empregados), garantindo que a responsabilidade social também aconteça "dentro de casa", ou seja, para fazer o bem ao próximo é preciso antes estar bem consigo mesmo. Neste processo, uma outra tendência da responsabilidade social ganha visibilidade: a de gerenciar pessoas num ambiente socialmente responsável.
E neste sentido, é imprescindível a contribuição do serviço social na estrutura organizacional da empresa. A formação de assistente social qualifica o profissional para uma atuação multidisciplinar, uma vez que este é o "profissional do relacionamento", ou seja, um intermediário das relações.
Mas será mesmo que podemos considerar que o profissional da área de serviço social possui capacitação para uma atuação satisfatória que produza ações concretas na política de responsabilidade social? Simplificando ao máximo, podemos dizer que, embora o perfil predominante dos assistentes sociais seja, como nos termos de Netto (1992), "executores terminais de políticas sociais no campo empresarial", o qual nos interessa. O profissional da área possui um know-how na área de recursos humanos e relações de trabalho, entre outros, como o domínio do processo de planejamento, a competência no gerenciamento, a avaliação de programas e projetos sociais, a mobilização da comunidade para implantação destes, o gerenciamento participativo e a capacidade de negociação e de lidar com mudanças.
Aliás, algumas empresas colocam a qualidade de vida no trabalho e a prevenção de riscos sociais como uma das prioridades da política de recursos humanos. O resultado é um empregado mais motivado, que trabalha com prazer e, com certeza, muito mais saudável. Merece destaque, também, a chamada "cultura da qualidade", que as empresas vêm implantando em seus ambientes. Semelhante à certificação da série ISO 9000 de qualidade e produtividade, a versão no campo social e, em específico, empresarial, é denominada S/A 8000 (Social Accountability Internacional), disseminada pela CEPAA - Courcil on Economic Priorities Accreditation Agency, New York. Tem como objetivo, estimular as organizações empresariais a desenvolverem ações concretas no âmbito social interno (empregados) e externo(comunidade).
Procurei, ao longo desta reflexão, apresentar as tendências atuais da responsabilidade social: o novo modelo de empreendedorismo social e o gerenciamento de pessoas num ambiente socialmente responsável. Ressalto, ainda, as contribuições do profissional da área de serviço social (assistente social) inserido nesta nova estrutura organizacional das empresas.
Finalmente, cabe aqui enfatizar que as empresas e grandes organizações econômicas que agregam valores como cidadania e ética, cientes de que o lucro, a produtividade e a imagem da empresa só serão realmente conquistadas e principalmente mantidas por empresas genuinamente cidadãs, conquistam a respeitabilidade e a admiração de toda a sociedade.
Gisele Horta é assistente social, membro da Diretoria do Conselho Regional de Serviço Social de Minas Gerais 6ª região - Cress e consultora de ONGs e entidades não-g overnamentais no gerenciamento de projetos sociais/ E-mail: gihorta@zipmail.com.br)