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Qualidade de vida melhora, mas cresce concentração de renda no Brasil
Por Folha de São Paulo - PATRÍCIA ZIMMERMANN   25 de julho de 2002
O Brasil subiu duas posições no ranking de 173 países com relação ao Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH), passando da 75ª para a 73ª colocação de
1999 para 2000. Apesar da melhora, a concentração de renda no país aumentou
mais em relação ao ano passado.
As informações foram divulgadas hoje pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) no Relatório sobre o Desenvolvimento Humano-2002.
A concentração de renda é medida pelo índice de Gini, que vai de 0 a 1. Zero significaria que cada um dos habitantes de um país teria renda idêntica, situação ideal, mas obviamente utópica. Índice 1, ao contrário, seria o número de um país em que a renda estivesse toda na mão de uma só pessoa, outra situação impossível.
O Gini do Brasil, no relatório-2001, mas com base em dados de 1997, era de 0,591. No relatório-2002, com base em dados de 1998, aumentou para 0,607. Renda mais concentrada que a do Brasil só em Serra Leoa, República Centro-Africana e Suazilândia, paupérrimos países africanos. O Pnud divulgou dados sobre o índice de concentração de renda para 116 países (já o mais abrangente IDH lista 173 nações).
O IDH considera a longevidade, educação e renda da população dos países.
O relatório divulgado no ano passado, na verdade, colocava o Brasil em 69ª classificação, mas a lista incluía apenas 162 países. Entre os países incluídos, seis ficaram à frente do Brasil. Na comparação com o relatório anterior, então, Brasil seria a 67ª.
O IDH passou de 0,750 em 1999 para 0,757 em 2000. A expectativa de vida passou de 67,5 anos para 67,7 anos e o índice de adultos alfabetizados passou de 84,9% para 85,2%. Já o PIB (Produto Interno Bruto) per capita passou de US$ 7.037 para US$ 7.625.
De acordo com o relatório divulgado nesta terça-feira, a melhora do IDH brasileiro entre 1999 (relatório de 2001) e 2000 (relatório de 2002) foi resultado principalmente do crescimento da renda per capita ajustada pelo poder de compra.
Na avaliação do PNUD, os avanços na alfabetização de adultos e na esperança de vida ao nascer não foram suficientes para fazer avançar os índices de longevidade e educação.
A situação brasileira no indicador geral do IDH ainda está 13 posições abaixo daquela registrada no ranking de renda, o que reafirma as desigualdades sociais existentes no país.
Na avaliação dos técnicos responsáveis pelo programa, essa diferença é um sinal de que o bem estar da população não corresponde na mesma proporção à renda média por habitante no Brasil.
Considerando o índice de renda, o Brasil ocupa a 60ª posição no relatório de 2002 (sobre o ano 2000), no índice educação a 83ª colocação, e no de longevidade, a 102ª.
Mesmo com esses índices, o Brasil tem conseguido manter-se à frente da média latino-americana no Índice de Desenvolvimento Humano desde 1980.
Colaborou a Folha de S.Paulo
As informações foram divulgadas hoje pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) no Relatório sobre o Desenvolvimento Humano-2002.
A concentração de renda é medida pelo índice de Gini, que vai de 0 a 1. Zero significaria que cada um dos habitantes de um país teria renda idêntica, situação ideal, mas obviamente utópica. Índice 1, ao contrário, seria o número de um país em que a renda estivesse toda na mão de uma só pessoa, outra situação impossível.
O Gini do Brasil, no relatório-2001, mas com base em dados de 1997, era de 0,591. No relatório-2002, com base em dados de 1998, aumentou para 0,607. Renda mais concentrada que a do Brasil só em Serra Leoa, República Centro-Africana e Suazilândia, paupérrimos países africanos. O Pnud divulgou dados sobre o índice de concentração de renda para 116 países (já o mais abrangente IDH lista 173 nações).
O IDH considera a longevidade, educação e renda da população dos países.
O relatório divulgado no ano passado, na verdade, colocava o Brasil em 69ª classificação, mas a lista incluía apenas 162 países. Entre os países incluídos, seis ficaram à frente do Brasil. Na comparação com o relatório anterior, então, Brasil seria a 67ª.
O IDH passou de 0,750 em 1999 para 0,757 em 2000. A expectativa de vida passou de 67,5 anos para 67,7 anos e o índice de adultos alfabetizados passou de 84,9% para 85,2%. Já o PIB (Produto Interno Bruto) per capita passou de US$ 7.037 para US$ 7.625.
De acordo com o relatório divulgado nesta terça-feira, a melhora do IDH brasileiro entre 1999 (relatório de 2001) e 2000 (relatório de 2002) foi resultado principalmente do crescimento da renda per capita ajustada pelo poder de compra.
Na avaliação do PNUD, os avanços na alfabetização de adultos e na esperança de vida ao nascer não foram suficientes para fazer avançar os índices de longevidade e educação.
A situação brasileira no indicador geral do IDH ainda está 13 posições abaixo daquela registrada no ranking de renda, o que reafirma as desigualdades sociais existentes no país.
Na avaliação dos técnicos responsáveis pelo programa, essa diferença é um sinal de que o bem estar da população não corresponde na mesma proporção à renda média por habitante no Brasil.
Considerando o índice de renda, o Brasil ocupa a 60ª posição no relatório de 2002 (sobre o ano 2000), no índice educação a 83ª colocação, e no de longevidade, a 102ª.
Mesmo com esses índices, o Brasil tem conseguido manter-se à frente da média latino-americana no Índice de Desenvolvimento Humano desde 1980.
Colaborou a Folha de S.Paulo