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Projeto social Águia Dourada busca apoio

Por Jornal A Tarde    7 de agosto de 2002
As drogas e as dificuldades de inserção no mercado de trabalho ainda são os principais problemas dos jovens carentes de hoje. Esses entraves foram os mesmos que fizeram com que o adolescente Andercícero Silva, 17, criasse, há cinco anos, o Projeto Águia Dourada, com o objetivo de auxiliar menores provenientes de famílias de baixa renda. Hoje, o projeto atende cerca de 80 pessoas e, há quatro meses, inaugurou sua sede, na Rua Lagoa Bela, 60, em Piatã.

Andercícero conta que há muito tempo luta por um espaço para facilitar as atividades desenvolvidas pelo Águia Dourada, o que só foi possível por causa do apoio de uma empresa privada: a ERS Surplus. O local conta com três ambientes pequenos, mas que foram suficientes para facilitar as aulas de cursos profissionalizantes para as mães dos jovens atendidos, em parceria com outras entidades, e a parte teórica dos cursos de percussão, teatro e dança.

O Águia Dourada também realiza atividades esportivas com crianças e adolescentes de 4 a 17 anos e tem como requisito básico para atendimento as poucas condições financeiras das famílias e o adolescente estar estudando. Andercícero conta com a ajuda de 18 voluntários. Desses, apenas oito são adultos, que atuam como monitores. Os outros 10 são todos adolescentes da mesma faixa etária que a dele. Todos, como parte das ações, fazem visitas domiciliares e buscam melhorar o relacionamento dos jovens com os pais.



Voluntários

Quando questionado sobre o que o levou a idealizar este trabalho, Andercícero diversifica nas respostas: “Vejo colegas que estudaram comigo e estão perdidos nas drogas. Além disto, tenho 12 irmãos. Nenhum deles tem emprego fixo. Quem sustenta a casa é meu pai aposentado”, disse.

O grande sonho do jovem é viabilizar cursos de capacitação para inserir adolescentes no mercado de trabalho. Ele revelou que os jovens enfrentam dificuldades para atuar no mercado de trabalho, são forçados a trabalhar para ajudar na renda em casa e perdem o estímulo pelos estudos. “Por isto que a escola é uma das nossas exigências”, afirmou, mostrando convicção nas palavras e enfatizando que o projeto necessita de voluntários e de parceiros que acreditem que “cada um pode fazer a sua parte e melhorar o mundo. Nem que seja um pouquinho”, conforme destacou completando: “Não quero ver meus irmãos pequenos nas drogas”.

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