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Portadores de deficiência sem limite para o trabalho
Por Rets   11 de setembro de 2002
O Senac-Rio e o Instituto de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de
Deficiência (IBDD) acabam de lançar o livro "Sem limite - inclusão de
portadores de deficiência no mercado de trabalho". A publicação serve como
um instrumento para a integração do portador de necessidades especiais ao
mundo do trabalho. Em 143 páginas, traz depoimentos, informações sobre a
legislação, dicas de como se adaptar a diferentes atividades profissionais,
entre outros itens (veja ao final da matéria como adquiri-lo).
O livro foi elaborado pelo IBDD, que há anos realiza um trabalho de reinserção social de portadores de deficiência, e procura mostrar como esses cidadãos podem levar uma vida produtiva normal. A publicação é dividida em oito capítulos. Entre eles estão depoimentos de portadores de deficiência que obtiveram sucesso profissional, reunidos em "Depoimentos". Este é o maior capítulo e traz histórias, escritas na primeira pessoa, como a de Antonio Tenório da Silva, 32 anos e deficiente visual há 29. Aos 13 anos ele foi atingido por uma mamona durante uma brincadeira com estilingue. Em 1990, perdeu a visão do outro olho por causa de uma infecção alérgica. Ainda assim, foi dez vezes campeão brasileiro de judô, medalhista de ouro nos jogos Pan-americanos de Buenos Aires e Colorado (EUA) e nos jogos paraolímpicos de Atlanta e Sidney. Segundo ele, ao menos para o portador de deficiência visual, a maior dificuldade enfrentada é conseguir lugar no mercado de trabalho. "Todo mundo acha que a deficiência visual é um bicho de sete cabeças. É preciso lembrar que existem vários programas de computador com recursos específicos para quem é portador desse tipo de deficiência, mas as empresas não fazem a adaptação", escreve. Essa seção traz ainda duas entrevistas feitas pelo jornalista Marcos Sá Corrêa. Uma é com Eurico Carvalho da Cunha, deficiente visual e dirigente de uma das maiores cadeias de restaurante do Rio; o outro entrevistado é o professor universitário Pedro Pacheco de Queiroz Filho, recentemente aprovado no concurso público da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Vale ressaltar que a lei 8213/91 determina que empresas com cem ou mais empregados estão obrigadas a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com reabilitados ou portadores de deficiência. As leis referentes aos deficientes - desde a convenção 159 da Organização Internacional do Trabalho até leis do município do Rio de Janeiro - estão no capítulo sobre legislação. "O livro é uma ferramenta muito importante para ajudar os recursos humanos e os empresários a cumprir a lei", diz Gisele Safadi, gerente do Centro de Educação para o Trabalho e Cidadania do Senac e autora do prefácio do livro.
Relação de direitos e profissões
Além desses capítulos, há uma relação de direitos da pessoa portadora de deficiência e uma relação de profissões compatíveis com deficiência. Este capítulo apresenta uma tabela com diversas atividades e a compatibilidade dos portadores de deficiência auditiva, visual, física e de dificuldade de aprendizagem - de acordo com seu grau - com cada uma delas. A intenção é acabar com presunções de que uma pessoa não pode exercer determinada profissão por causa de sua deficiência, quando é perfeitamente capaz para tanto. "Existe uma procura por parte do empresariado, mas ele alega que o deficiente não está preparado para a função, mesmo sendo capaz de exercê-la. Por isso criamos um centro de profissionalização, com um banco de currículos com mais de 1500 nomes. Não basta ocupar o cargo, tem que ser bom no que faz"', diz Teresa Amaral, superintendente do IBDD e autora do capítulo sobre direitos dos portadores.
Um dos capítulos mais interessantes para as empresas que buscam no livro uma forma de oferecer melhores condições de trabalho aos seus empregados com deficiência é o de "Regras de acessibilidade ao meio físico". Afinal, a via é de mão dupla. São explicadas detalhadamente adaptações simples como a angulação de rampas de acesso, tamanho de portas e corredores, reforma de banheiros. Além disso, há notas sobre como se relacionar com a pessoa portadora de deficiência, evitando constrangimentos e acidentes de ambas as partes.
O livro faz parte de um projeto maior do Senac-RJ, que começou há dois anos e se chama Sem Limite. Desde então, o Senac tem procurado adaptar seu espaço físico, sensibilizar seus funcionários e capacitar profissionalmente portadores, além de dar consultoria a empresas. A inclusão, apesar da lei já ter 11 anos, ainda não é grande. "É uma questão nova, que vêm a reboque da responsabilidade social. Não deveria ser assim, é uma simples questão de igualdade de oportunidades. Tentamos transmitir isso aos empresários, que têm nos procurado bastante", diz Gisele.
Ambas instituições não pretendem parar por aí. O Senac-RJ já abriu cursos voltados para os portadores e espera em breve integrá-los às turmas convencionais. Segundo Teresa Amaral, "o livro é o primeiro de uma série. Esperamos continuar divulgando esse conhecimento tão importante".
O livro está a venda em livrarias cariocas pela Editora Senac- Rio (telefone 21-2240-2045), por R$22,00. O livro poderá ser adquirido gratuitamente por instituições e ONGs que trabalhem com a temática (nesse caso é necessário contactar a gerência do Centro de Educação para o Trabalho e Cidadania do Senac-Rio).
O livro foi elaborado pelo IBDD, que há anos realiza um trabalho de reinserção social de portadores de deficiência, e procura mostrar como esses cidadãos podem levar uma vida produtiva normal. A publicação é dividida em oito capítulos. Entre eles estão depoimentos de portadores de deficiência que obtiveram sucesso profissional, reunidos em "Depoimentos". Este é o maior capítulo e traz histórias, escritas na primeira pessoa, como a de Antonio Tenório da Silva, 32 anos e deficiente visual há 29. Aos 13 anos ele foi atingido por uma mamona durante uma brincadeira com estilingue. Em 1990, perdeu a visão do outro olho por causa de uma infecção alérgica. Ainda assim, foi dez vezes campeão brasileiro de judô, medalhista de ouro nos jogos Pan-americanos de Buenos Aires e Colorado (EUA) e nos jogos paraolímpicos de Atlanta e Sidney. Segundo ele, ao menos para o portador de deficiência visual, a maior dificuldade enfrentada é conseguir lugar no mercado de trabalho. "Todo mundo acha que a deficiência visual é um bicho de sete cabeças. É preciso lembrar que existem vários programas de computador com recursos específicos para quem é portador desse tipo de deficiência, mas as empresas não fazem a adaptação", escreve. Essa seção traz ainda duas entrevistas feitas pelo jornalista Marcos Sá Corrêa. Uma é com Eurico Carvalho da Cunha, deficiente visual e dirigente de uma das maiores cadeias de restaurante do Rio; o outro entrevistado é o professor universitário Pedro Pacheco de Queiroz Filho, recentemente aprovado no concurso público da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Vale ressaltar que a lei 8213/91 determina que empresas com cem ou mais empregados estão obrigadas a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com reabilitados ou portadores de deficiência. As leis referentes aos deficientes - desde a convenção 159 da Organização Internacional do Trabalho até leis do município do Rio de Janeiro - estão no capítulo sobre legislação. "O livro é uma ferramenta muito importante para ajudar os recursos humanos e os empresários a cumprir a lei", diz Gisele Safadi, gerente do Centro de Educação para o Trabalho e Cidadania do Senac e autora do prefácio do livro.
Relação de direitos e profissões
Além desses capítulos, há uma relação de direitos da pessoa portadora de deficiência e uma relação de profissões compatíveis com deficiência. Este capítulo apresenta uma tabela com diversas atividades e a compatibilidade dos portadores de deficiência auditiva, visual, física e de dificuldade de aprendizagem - de acordo com seu grau - com cada uma delas. A intenção é acabar com presunções de que uma pessoa não pode exercer determinada profissão por causa de sua deficiência, quando é perfeitamente capaz para tanto. "Existe uma procura por parte do empresariado, mas ele alega que o deficiente não está preparado para a função, mesmo sendo capaz de exercê-la. Por isso criamos um centro de profissionalização, com um banco de currículos com mais de 1500 nomes. Não basta ocupar o cargo, tem que ser bom no que faz"', diz Teresa Amaral, superintendente do IBDD e autora do capítulo sobre direitos dos portadores.
Um dos capítulos mais interessantes para as empresas que buscam no livro uma forma de oferecer melhores condições de trabalho aos seus empregados com deficiência é o de "Regras de acessibilidade ao meio físico". Afinal, a via é de mão dupla. São explicadas detalhadamente adaptações simples como a angulação de rampas de acesso, tamanho de portas e corredores, reforma de banheiros. Além disso, há notas sobre como se relacionar com a pessoa portadora de deficiência, evitando constrangimentos e acidentes de ambas as partes.
O livro faz parte de um projeto maior do Senac-RJ, que começou há dois anos e se chama Sem Limite. Desde então, o Senac tem procurado adaptar seu espaço físico, sensibilizar seus funcionários e capacitar profissionalmente portadores, além de dar consultoria a empresas. A inclusão, apesar da lei já ter 11 anos, ainda não é grande. "É uma questão nova, que vêm a reboque da responsabilidade social. Não deveria ser assim, é uma simples questão de igualdade de oportunidades. Tentamos transmitir isso aos empresários, que têm nos procurado bastante", diz Gisele.
Ambas instituições não pretendem parar por aí. O Senac-RJ já abriu cursos voltados para os portadores e espera em breve integrá-los às turmas convencionais. Segundo Teresa Amaral, "o livro é o primeiro de uma série. Esperamos continuar divulgando esse conhecimento tão importante".
O livro está a venda em livrarias cariocas pela Editora Senac- Rio (telefone 21-2240-2045), por R$22,00. O livro poderá ser adquirido gratuitamente por instituições e ONGs que trabalhem com a temática (nesse caso é necessário contactar a gerência do Centro de Educação para o Trabalho e Cidadania do Senac-Rio).