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Deficientes físicos querem adequar o mobiliário urbano

Por Correio da Bahia - Reinaldo Braga   17 de outubro de 2001
Inclusão

As entidade baianas ligadas à defesa dos deficientes físicos querem que a prefeitura se adeqüe as normas da II Conferência de Direitos Humanos, realizada em Viena, em 1993. O encontro, que reuniu representantes de cerca de cem países, definiu parâmetros para a humanização da relação entre os deficientes e os grandes espaços urbanos do planeta. Em Salvador, a expectativa é de que o projeto de municipalização dos direitos humanos passe a vigorar somente no final de 2001. As principais reivindicações de entidades como Associação dos Cegos da Bahia (ABC) e Comissão Civil de Acessibilidade de Salvador (Cocas) é a adequação do mobiliário urbano as regras da Associação Brasileira de Normas e Patentes (ABNT).

"A prefeitura fez muitas adequações, mas de forma equivocada e sem consultar as entidades de defesa dos deficientes", critica Edmundo Xavier, que representou a ABC na audiência pública, realizada na tarde de ontem, que discutiu a implantação do projeto de municipalização dos direitos humanos. Segundo ele, pesquisa recente da Cocas revelou que sete das 14 rampas de acessos construídas pela prefeitura na recém-inaugurada Manoel Dias da Silva - obra considerada modelo pela administração municipal - estavam com inclinação imprópria. Dessa total, apenas uma rampa tinha correspondência.

"Além do declive que impede o deficiente vencer o obstáculo sozinho, é quase impossível cruzar as pistas da Manoel Dias cruzando as pistas", afirma Anete Cruz, da Associação Baiana de Atletas Deficientes Físicos. Ela explica que boa parte das obras civis realizadas na cidade simplesmente ignoram a opinião dos deficientes físicos. "As pistas táteis construídas pelo município são mais altas do que deveriam. Além disso, a lei que reserva pelo menos 1,5 metro de passeio para o trânsito de pedestres não é cumprida", afirma Xavier. De acordo com ele, uma das propostas da ABC é obrigar as empresas de construções civis a consultar as entidades ligadas à defesa dos deficientes antes da realização das obras.

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