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Número de pobres aumentou para 2,5 bilhões no mundo
Por O Povo    17 de outubro de 2001
O IBGE indica que, em termos de distribuição de renda, a desigualdade
brasileira (0,567) está um pouco melhor do que a mundial (0,683), numa
medição que vai de 0 (perfeita) a 1 (desigualdade máxima)
Uma pesquisa sobre distribuição da renda global entre 1970 e 1999, feita pelos consultores Yuri Dikhanov e Michael Ward, ex-diretores do Banco Mundial (Bird), chegou à conclusão de que o número absoluto de pobres aumentou de 2 bilhões para 2,5 bilhões no mundo. Por outro lado, dentro desse total, a população na faixa da ''pobreza aguda'' diminuiu de 1,4 bilhão para 1,2 bilhão. O índice Gini de concentração de renda piorou: passou de 0,668 para 0,683. A medição do Gini vai de 0 (perfeita igualdade) a 1 (desigualdade máxima). Ao mesmo tempo, nesses 29 anos, houve um aumento da renda média mundial de 38%.
Os pesquisadores sustentam no trabalho que estas são evidências da difundida teoria de que o crescimento, por si só, não implica em redução da pobreza. ''A qualidade e o tipo de crescimento importam'', diz a dupla de especialistas. Ward foi um dos convidados para o fórum mundial sobre medição da pobreza, que acontece esta semana na sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro, mas não pôde comparecer. O estudo, porém, foi distribuído para apreciação dos participantes.
Para chegar aos números, Dikhanov e Ward usaram uma espécie de moeda fictícia que tenta representar uma média dos rendimentos nos mais diferentes países estudados. Estabeleceram, então, duas linhas. Uma, chamaram da ''pobreza aguda'', que equivaleria a uma renda de US$ 1 dólar por dia. A outra, chamada ''pobreza geral'', está na faixa de US$ 2 diários. Os indigentes são os que estão abaixo da primeira linha. Abaixo da segunda estão os pobres.
No Brasil, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fez, em 1998, o primeiro grande levantamento sobre população indigente. Pelos cálculos do instituto, há hoje no Brasil 23 milhões de indigentes - abaixo da faixa de renda mensal de 60 reais. Os indicadores sociais do IBGE mostram que, em termos de distribuição de renda, a desigualdade brasileira está um pouco melhor que a mundial: o índice Gini do Brasil em 1999 foi de 0,567.
Uma das evidências da desigualdade está em outro levantamento feito pelos pesquisadores, em que a população é dividida em dez faixas de rendimento. O décimo mais pobre teve um aumento de renda de 37%, enquanto a parcela mais rica aumentou a renda em 54%.
Uma pesquisa sobre distribuição da renda global entre 1970 e 1999, feita pelos consultores Yuri Dikhanov e Michael Ward, ex-diretores do Banco Mundial (Bird), chegou à conclusão de que o número absoluto de pobres aumentou de 2 bilhões para 2,5 bilhões no mundo. Por outro lado, dentro desse total, a população na faixa da ''pobreza aguda'' diminuiu de 1,4 bilhão para 1,2 bilhão. O índice Gini de concentração de renda piorou: passou de 0,668 para 0,683. A medição do Gini vai de 0 (perfeita igualdade) a 1 (desigualdade máxima). Ao mesmo tempo, nesses 29 anos, houve um aumento da renda média mundial de 38%.
Os pesquisadores sustentam no trabalho que estas são evidências da difundida teoria de que o crescimento, por si só, não implica em redução da pobreza. ''A qualidade e o tipo de crescimento importam'', diz a dupla de especialistas. Ward foi um dos convidados para o fórum mundial sobre medição da pobreza, que acontece esta semana na sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro, mas não pôde comparecer. O estudo, porém, foi distribuído para apreciação dos participantes.
Para chegar aos números, Dikhanov e Ward usaram uma espécie de moeda fictícia que tenta representar uma média dos rendimentos nos mais diferentes países estudados. Estabeleceram, então, duas linhas. Uma, chamaram da ''pobreza aguda'', que equivaleria a uma renda de US$ 1 dólar por dia. A outra, chamada ''pobreza geral'', está na faixa de US$ 2 diários. Os indigentes são os que estão abaixo da primeira linha. Abaixo da segunda estão os pobres.
No Brasil, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fez, em 1998, o primeiro grande levantamento sobre população indigente. Pelos cálculos do instituto, há hoje no Brasil 23 milhões de indigentes - abaixo da faixa de renda mensal de 60 reais. Os indicadores sociais do IBGE mostram que, em termos de distribuição de renda, a desigualdade brasileira está um pouco melhor que a mundial: o índice Gini do Brasil em 1999 foi de 0,567.
Uma das evidências da desigualdade está em outro levantamento feito pelos pesquisadores, em que a população é dividida em dez faixas de rendimento. O décimo mais pobre teve um aumento de renda de 37%, enquanto a parcela mais rica aumentou a renda em 54%.