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BNDES realiza hoje seminário sobre responsabilidade social corporativa

Por Jornal Valor - Sergio Leo, De Brasília   18 de outubro de 2001
Incorporado desde o ano passado ao planejamento estratégico do BNDES, o apoio a projetos de responsabilidade social das empresas já atinge 61 iniciativas de empresas financiadas pelo banco. Os 28 projetos já em fase de desembolso chegam a R$ 46 milhões, segundo informou ao Valor a diretora da Área Social da instituição, Beatriz Azeredo da Silva. "Algumas empresas, pelo porte que têm, fazem um investimento muito acanhado na área socio-ambiental", diz a diretora. "Na análise dos projetos, estamos, caso a caso, estimulando esforços nessa direção."

Beatriz cita o exemplo da Albrás/Alunorte, que recentemente, teve aprovado um projeto de investimentos de R$ 100 milhões no BNDES e, após discussões com os técnicos do banco, destinou R$ 1 milhão para investimentos de geração de trabalho e renda para as famílias do entorno das fábricas, com projetos de reciclagem, agricultura e artesanato. "Esse R$ 1 milhão é uma ínfima parte do investimento total, mas faz uma enorme diferença em termos sociais", diz.

A Medial, terceira maior empresa de medicina de grupo do país, terá, ligado ao apoio do BNDES, um projeto de instalação e manutenção de postos de saúde em favelas de São Paulo; o Pão de Açúcar, que já tem tradição de ações de responsabilidade corporativa, vinculou a um empréstimo de R$ 271 milhões do BNDES outro, de R$ 8 milhões, para programas de escolaridade do trabalhador e arte e cultura para crianças e jovens.

"O banco quer ajudar a realizar uma mudança de cultura, em favor de iniciativas como essas", comenta a Beatriz, que, a partir de hoje, está coordenando um seminário sobre o assunto, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.

O seminário reunirá funcionários de governo e personalidades ligadas às demandas da sociedade, como a presidente do Instituto de Defesa do Consumidor, Marilena Lazzarini, e o presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, Luis Marinho. Executivos das empresas com projetos na área, como o grupo Orsa, a Odebrecht e a Siderúrgica de Tubarão. Até ontem, 116 participantes, entre executivos e funcionários do próprio banco, haviam feito inscrição para o seminário, que trará estudos como o do Unibanco, cujo diretor de pesquisas, Pedro Bastos, realizou um levantamento sobre as demandas dos investidores e critérios socio-ambientais de performance, útil para orientar empresas interessadas em usar ações de responsabilidade social como instrumento de atração de investidores. O ABN Amro também começou recentemente a atuar na área.

"Queremos consolidar a idéia em nosso público interno e com os clientes", explica Beatriz. Projetos que trazem vinculados programas de ação social e ambiental têm maior facilidade de tramitação no banco, diz ela, porque os técnicos estão orientados a avaliar caso a caso e rediscutir os termos das propostas apresentadas pelas empresas sempre que se constatar a possibilidade de melhorar a atuação da companhia nessa área. Os projetos de responsabilidade social têm financiamento do banco em condições favorecidas, classificados como "subcréditos" do projeto principal e remunerados a taxa de TJLP mais 1%.

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