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Campanha combate violência sexual contra crianças com deficiência mental
Por Correio da Bahia - Renata Matos   22 de outubro de 2001
Crime atinge menores de todas as classes e é causa de distúrbios
comportamentais
Mais indefesas e frágeis, as crianças portadoras de deficiências mentais têm sido vítimas constantes de abuso sexual. Na maior parte das vezes encoberto pela família, o crime atinge menores de todas as classes sociais e é uma das principais causas de distúrbios de comportamento entre elas. Visando estimular a denúncia destes casos de violência, a Associação Bahiana de Recuperação do Excepcional (Abre) lança hoje, em Salvador, a 2ª etapa da campanha de combate à violência sexual entre crianças com deficiência mental.
Criada com o slogan Seu silêncio é covardia. Sua voz, uma arma, a iniciativa conta com o apoio do Ministério da Justiça, através da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, e tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a gravidade do assunto. A superintendente da Abre, Maria José Lobo, explica que a campanha é reflexo da experiência da entidade no tratamento e assistência às crianças e adolescentes tratados no local. Em 1998, foram identificados pela Abre 53 casos de abuso sexual entre menores. De 1999 até este ano, o número chegou a 69.
Ela conta que, no local, que oferece ambulatórios de psiquiatria, psicologia, neurologia, entre outras especialidades, a maior parte das ocorrências é descoberta por acaso, pois os responsáveis pelas crianças e adolescentes doentes muitas vezes não tomam conhecimento do abuso. "Os pais chegam aqui para checar quadros de distúrbio de comportamento, irritação e outros sintomas. Quando os profissionais fazem uma avaliação mais aprofundada, acabam descobrindo que a causa dos sintomas é um estupro", explica ela.
Conscientização - Para modificar esta realidade e tentar evitar os casos de violência sexual entre crianças e adolescentes portadores de deficiência sexualmente, a Abre realizará um trabalho de conscientização, sobretudo nas comunidades de baixa renda, onde os casos são mais comuns. A idéia é levar para as cidades de Feira de Santana, Itabuna, Ilhéus, Santo Antônio de Jesus, Jequié, Senhor do Bonfim, Alagoinhas, Ubaíra, Vitória da Conquista e Salvador palestras que falam sobre a incidência e as formas de evitar o problema. Outra meta é incentivar as pessoas a denunciar os casos.
Segundo Maria, as ocorrências quase sempre não são denunciadas porque muitas vezes os agressores são os próprios membros das famílias. "São irmãos, padrastos e até pais que se aproveitam da desproteção das crianças com deficiências mentais para satisfazer seu desejo sexual. Identificamos também casos entre vizinhos", revela ela. A denúncia seria o primeiro passo para combater essas ocorrências, acredita Maria.
Ao identificar os casos, tanto as vítimas quanto os agressores podem ser encaminhados para tratamentos, realizados a partir de terapias. Com a campanha, que seguirá até o mês de dezembro deste ano, a Abre deseja atingir os mesmos resultados da 1ª etapa da campanha, realizada em 1999. Maria conta que, após os trabalhos com as comunidades o número de casos delatados cresceu de forma significativa e muitos menores foram encaminhados para o Juizado de Menores e Conselhos Tutelares.
Mais indefesas e frágeis, as crianças portadoras de deficiências mentais têm sido vítimas constantes de abuso sexual. Na maior parte das vezes encoberto pela família, o crime atinge menores de todas as classes sociais e é uma das principais causas de distúrbios de comportamento entre elas. Visando estimular a denúncia destes casos de violência, a Associação Bahiana de Recuperação do Excepcional (Abre) lança hoje, em Salvador, a 2ª etapa da campanha de combate à violência sexual entre crianças com deficiência mental.
Criada com o slogan Seu silêncio é covardia. Sua voz, uma arma, a iniciativa conta com o apoio do Ministério da Justiça, através da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, e tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a gravidade do assunto. A superintendente da Abre, Maria José Lobo, explica que a campanha é reflexo da experiência da entidade no tratamento e assistência às crianças e adolescentes tratados no local. Em 1998, foram identificados pela Abre 53 casos de abuso sexual entre menores. De 1999 até este ano, o número chegou a 69.
Ela conta que, no local, que oferece ambulatórios de psiquiatria, psicologia, neurologia, entre outras especialidades, a maior parte das ocorrências é descoberta por acaso, pois os responsáveis pelas crianças e adolescentes doentes muitas vezes não tomam conhecimento do abuso. "Os pais chegam aqui para checar quadros de distúrbio de comportamento, irritação e outros sintomas. Quando os profissionais fazem uma avaliação mais aprofundada, acabam descobrindo que a causa dos sintomas é um estupro", explica ela.
Conscientização - Para modificar esta realidade e tentar evitar os casos de violência sexual entre crianças e adolescentes portadores de deficiência sexualmente, a Abre realizará um trabalho de conscientização, sobretudo nas comunidades de baixa renda, onde os casos são mais comuns. A idéia é levar para as cidades de Feira de Santana, Itabuna, Ilhéus, Santo Antônio de Jesus, Jequié, Senhor do Bonfim, Alagoinhas, Ubaíra, Vitória da Conquista e Salvador palestras que falam sobre a incidência e as formas de evitar o problema. Outra meta é incentivar as pessoas a denunciar os casos.
Segundo Maria, as ocorrências quase sempre não são denunciadas porque muitas vezes os agressores são os próprios membros das famílias. "São irmãos, padrastos e até pais que se aproveitam da desproteção das crianças com deficiências mentais para satisfazer seu desejo sexual. Identificamos também casos entre vizinhos", revela ela. A denúncia seria o primeiro passo para combater essas ocorrências, acredita Maria.
Ao identificar os casos, tanto as vítimas quanto os agressores podem ser encaminhados para tratamentos, realizados a partir de terapias. Com a campanha, que seguirá até o mês de dezembro deste ano, a Abre deseja atingir os mesmos resultados da 1ª etapa da campanha, realizada em 1999. Maria conta que, após os trabalhos com as comunidades o número de casos delatados cresceu de forma significativa e muitos menores foram encaminhados para o Juizado de Menores e Conselhos Tutelares.