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Pobreza cai, mas trabalho piora nos 90
Por Jornal Valor - Cláudia Schüffner, Do Rio   22 de outubro de 2001
A pobreza no Brasil teve redução de 11,5% entre 1990 e 1999 graças à
transferência de recursos do setor público para os mais pobres, possível com
o fim da hiperinflação. Entretanto, esse foi um dos poucos itens positivos
encontrados pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal),
que verificou uma piora das condições de trabalho em 17 países da região,
mesmo com a reestruturação do setor produtivo.
"Os setores líderes do crescimento são pouco demandantes de mão-de-obra. E isso explica porque é necessário ajudar as pequenas e médias empresas pois são elas que dão emprego", disse o secretário-executivo adjunto da Cepal, Reynaldo Bajraj.
Segundo o economista, a desaceleração do crescimento econômico na primeira metade da década de 90 deteriorou a situação trabalhista e aumentou o sistema de transmissão da pobreza.
O trabalho "Panorama Social da América Latina" apresentado ontem por Reynaldo Bajraj mostrou que em 1999 existiam 211,4 milhões de pessoas na faixa da pobreza e indigência na região (o equivalente a 43,8% da população na região). Em 1980, eram 135,9 milhões de pobres e indigentes, que representavam 40,5% da população. O documento mantém o Brasil como campeão da desigualdade na região, com índice de Gini, de 0,64%.
"Em termos econômicos, considera-se a década de 80 como perdida, mas em termos sociais, a região teve duas décadas perdidas", lamentou. Neste período houve aumento do desemprego e deterioração da qualidade do trabalho em toda a América Latina. O executivo da Cepal avalia que para reduzir o índice de pobreza extrema pela metade, de 18% para 9%, será necessário que os países cresçam uma média de 3,8% ao ano até 2015, o que ele considerou uma meta "exuberante", "desafiadora".
Bajraj apresentou ontem para uma platéia de empresários que participava do Fórum Internacional Rio + 10, o trabalho Panorama Social da América Latina 2000-2001, divulgado no início do mês. No seminário, que continua hoje na sede da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), foram mostradas iniciativas sociais de empresas como a BP, Shell e Petrobras, todas engajadas em programas ambientais e sociais. O presidente da Shell, Aldo Castelli, ressaltou a importância da parceria entre empresas e governos para criar regras, e não subsídios.
"Os setores líderes do crescimento são pouco demandantes de mão-de-obra. E isso explica porque é necessário ajudar as pequenas e médias empresas pois são elas que dão emprego", disse o secretário-executivo adjunto da Cepal, Reynaldo Bajraj.
Segundo o economista, a desaceleração do crescimento econômico na primeira metade da década de 90 deteriorou a situação trabalhista e aumentou o sistema de transmissão da pobreza.
O trabalho "Panorama Social da América Latina" apresentado ontem por Reynaldo Bajraj mostrou que em 1999 existiam 211,4 milhões de pessoas na faixa da pobreza e indigência na região (o equivalente a 43,8% da população na região). Em 1980, eram 135,9 milhões de pobres e indigentes, que representavam 40,5% da população. O documento mantém o Brasil como campeão da desigualdade na região, com índice de Gini, de 0,64%.
"Em termos econômicos, considera-se a década de 80 como perdida, mas em termos sociais, a região teve duas décadas perdidas", lamentou. Neste período houve aumento do desemprego e deterioração da qualidade do trabalho em toda a América Latina. O executivo da Cepal avalia que para reduzir o índice de pobreza extrema pela metade, de 18% para 9%, será necessário que os países cresçam uma média de 3,8% ao ano até 2015, o que ele considerou uma meta "exuberante", "desafiadora".
Bajraj apresentou ontem para uma platéia de empresários que participava do Fórum Internacional Rio + 10, o trabalho Panorama Social da América Latina 2000-2001, divulgado no início do mês. No seminário, que continua hoje na sede da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), foram mostradas iniciativas sociais de empresas como a BP, Shell e Petrobras, todas engajadas em programas ambientais e sociais. O presidente da Shell, Aldo Castelli, ressaltou a importância da parceria entre empresas e governos para criar regras, e não subsídios.