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Equoterapia melhora vida de portadores de deficiências

Por Correio da Bahia - Silvana Malta   26 de outubro de 2001
Terapia

O jovem Iuri Brito sofreu uma lesão cerebral no momento do parto que lhe comprometeu todo o quadro motor. Sua primeira tentativa de andar foi aos 7 anos e lhe derrubou após os dois primeiros passos. Hoje, no entanto, trabalha como auxiliar administrativo na Petrobras e vai fazer o vestibular 2002 para publicidade com marketing. A professora Maria Cristina Brito, mãe do garoto, atribui o espantoso progresso do filho à equoterapia - método terapêutico que utiliza cavalos para promover em portadores de necessidades especiais o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo, coordenação e equilíbrio.

Para falar dessa experiência, assim como do trabalho realizado pela Associação Baiana de Equoterapia, da qual é presidente, a professora participou ontem de um minicurso oferecido durante a IV Semana de Mobilização Científica da Universidade Católica do Salvador (Ucsal). Em parceria com a Polícia Militar e a Secretaria do Trabalho e Ação Social do Estado (Setras), a associação coordena cinco centros de equoterapia, localizados em Salvador, Lauro de Freitas, Feira de Santana, Senhor do Bonfim e Vitória da Conquista.

Na capital baiana, o serviço é oferecido gratuitamente no Esquadrão da Polícia Montada e atende atualmente a 93 portadores de deficiência física ou mental. Essas crianças e adultos são chamados pela equipe multidisciplinar envolvida (médicos, psicólogos, pedagogos, fisioterapeutas, professores de educação física e instrutores de equitação) de praticantes ao invés de pacientes. Maria Cristina explica que isso ocorre com o objetivo de diferenciar o método terapêutico dos tratamentos convencionais e, principalmente, para elevar a auto-estima dos portadores de deficiência.

"O cavalo realiza movimentos tridimencionais (para frente e para trás, para um lado e para o outro, para cima e para baixo), além de ter três andaduras (passo, trote e galope). Com isso, o animal possibilita à pessoa que está no seu dorso uma série de atividades que resultam numa sensação de independência devido à sintonia entre cavalo e cavaleiro que acabam formando um conjunto perfeito", comentou a presidente da associação, com entusiasmo.

Outra vantagem da equoterapia apresentada por ela é o fim do confinamento entre quatro paredes, pois o praticante explora outros espaços, fazendo percursos sempre diferentes e entrando em contato direto com a natureza. Maria Cristina ressalta, no entanto, que o método deve ser utilizado de forma complementar a outros tratamentos. Maiores informações sobre a Associação Baiana de Equoterapia podem ser obtidas pelo telefone (71)9963-5862.

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