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Rainha anuncia que investirá mais R$ 2,1 mi no País
Por Jornal do Commercio    31 de outubro de 2001
Dinheiro será aplicado em projetos para atender crianças e adolescentes em
situação de risco, vítimas de abandono, violência e abuso sexual
A instituição não-governamental Childhood WCF-Brasil irá investir no Brasil, em 2001, R$ 2,1 milhões em projetos dirigidos a crianças e adolescentes em situação de risco, vítimas de abandono, violência ou abuso sexual. Um valor quase duas vezes maior que o montante aplicado no ano passado (R$ 1,1 milhão). A informação foi dada ontem pela presidente da entidade, a rainha Silvia, da Suécia, que veio ao Recife para visitar os projetos apoiados pela WCF em Pernambuco.
Só no Estado, a instituição financia atualmente 3 dos 12 projetos implantados no País, cada um no valor de cem mil dólares (o equivalente a R$ 770 mil). Sediada em São Paulo, a WCF-Brasil é uma organização filiada à Fundação Mundial para a Infância e a Adolescência (WCF), criada há dois anos na Suécia pela rainha. "Eu estou muito contente de estar de volta ao Brasil, já que boa parte da minha infância eu vivi aqui", disse em bom português a rainha Silvia, filha de brasileira, mas nascida na Alemanha.
Segundo ela, metade do dinheiro da WCF-Brasil é arrecadada nos países onde há sedes da WCF, entre eles Estados Unidos, Suécia e Alemanha. A outra parte é obtida com as empresas brasileiras. "Infelizmente, existe em Pernambuco, como no restante do Brasil, uma carência muito grande de iniciativas para minimizar o problema da violência contra o menor. A intenção nossa é apoiar ações que sirvam de modelo no futuro", disse o presidente da WCF-Brasil, Marcos Kisil.
Ontem à tarde, a rainha foi conferir de perto o trabalho desenvolvido pelo Coletivo Mulher Vida, uma organização não-governamental existente há 11 anos em Olinda. Lá, a WCF está financiando um programa de capacitação de 600 educadores das periferias. Eles irão trabalhar na prevenção da violência doméstica. Para a fundadora do Coletivo Mulher Vida, Ceci Prestrello, o apoio da WCF representa uma oportunidade para mudar as condições de vida de muitas pessoas excluídas da sociedade.
"Nós só temos a agradecer a essa mulher", disse, emocionada, Ceci. Um grupo de curiosos se formou na frente do Coletivo Mulher Vida durante a visita da rainha. "É verdade que ela é uma rainha? Assim que ela sair da entidade, vou querer vê-la", afirmou a estudante Dayanna Cristina Souza, 13 anos.
Hoje de manhã, a rainha Silvia irá visitar a Associação das Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam), que fica na cidade de mesmo nome, a 65 quilômetros do Recife. Lá, a entidade realiza um programa de prevenção à violência com 80 adolescentes, de 13 a 18 anos. A ação inclui uma série de atividades extracurriculares, como dança, teatro, capoeira e oficinas de cidadania e sexualidade.
"Optei por fazer algo para tentar amenizar a miséria"
Brasileira de coração, a rainha Silvia tem fortes laços com o País. Nascida na Alemanha, filha de uma brasileira e educada dos 4 aos 13 anos em São Paulo, ela lembra com carinho desse tempo. "Foi um período muito bonito". Na coletiva à imprensa, falou sobre a sua vida e a importância do seu trabalho.
JORNAL DO COMMERCIO - A rainha passou boa parte da infância no Brasil. Quais são as lembranças que a senhora tem dessa época?
RAINHA SILVIA - Foi um período bem feliz da minha vida. Morei em São Paulo, dos 4 aos 13 anos, e vivi como uma pessoa normal, sem maiores problemas. Sempre que me lembro da minha infância, me vem uma imagem cor-de-rosa, muito bonita.
JC - O que mudou depois que a senhora se tornou rainha?
RAINHA SILVIA - Uma das dificuldades é lidar com a imprensa, já que sou uma pessoa pública. Como rainha, além das obrigações normais de esposa e mãe de três adolescentes, também tive a possibilidade de viajar por vários países e ver uma realidade nem sempre favorável. A diferença é que optei por fazer algo para tentar melhorar essa situação de miséria, sobretudo a das crianças e adolescentes.
JC - A entidade pretende destinar fundos para as crianças refugiadas do Afeganistão? E, quanto ao Brasil, há a idéia de ampliar o número de projetos?
RAINHA SILVIA - Eu gostaria muito, mas infelizmente não é possível. Como disse, somos uma instituição recente. Todo o dinheiro arrecadado atualmente já tem um destino certo. No Brasil, apoiamos 12 projetos, o que já é muito. E a ampliação depende de mais recursos.
JC - Há algum tempo, vem se discutindo no Brasil a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos. O que a senhora acha disso?
RAINHA SILVIA - Uma convenção da ONU determina a idade dos jovens como sendo de 0 a 18 anos. É seguida pela maioria dos países e eu sou a favor.
A instituição não-governamental Childhood WCF-Brasil irá investir no Brasil, em 2001, R$ 2,1 milhões em projetos dirigidos a crianças e adolescentes em situação de risco, vítimas de abandono, violência ou abuso sexual. Um valor quase duas vezes maior que o montante aplicado no ano passado (R$ 1,1 milhão). A informação foi dada ontem pela presidente da entidade, a rainha Silvia, da Suécia, que veio ao Recife para visitar os projetos apoiados pela WCF em Pernambuco.
Só no Estado, a instituição financia atualmente 3 dos 12 projetos implantados no País, cada um no valor de cem mil dólares (o equivalente a R$ 770 mil). Sediada em São Paulo, a WCF-Brasil é uma organização filiada à Fundação Mundial para a Infância e a Adolescência (WCF), criada há dois anos na Suécia pela rainha. "Eu estou muito contente de estar de volta ao Brasil, já que boa parte da minha infância eu vivi aqui", disse em bom português a rainha Silvia, filha de brasileira, mas nascida na Alemanha.
Segundo ela, metade do dinheiro da WCF-Brasil é arrecadada nos países onde há sedes da WCF, entre eles Estados Unidos, Suécia e Alemanha. A outra parte é obtida com as empresas brasileiras. "Infelizmente, existe em Pernambuco, como no restante do Brasil, uma carência muito grande de iniciativas para minimizar o problema da violência contra o menor. A intenção nossa é apoiar ações que sirvam de modelo no futuro", disse o presidente da WCF-Brasil, Marcos Kisil.
Ontem à tarde, a rainha foi conferir de perto o trabalho desenvolvido pelo Coletivo Mulher Vida, uma organização não-governamental existente há 11 anos em Olinda. Lá, a WCF está financiando um programa de capacitação de 600 educadores das periferias. Eles irão trabalhar na prevenção da violência doméstica. Para a fundadora do Coletivo Mulher Vida, Ceci Prestrello, o apoio da WCF representa uma oportunidade para mudar as condições de vida de muitas pessoas excluídas da sociedade.
"Nós só temos a agradecer a essa mulher", disse, emocionada, Ceci. Um grupo de curiosos se formou na frente do Coletivo Mulher Vida durante a visita da rainha. "É verdade que ela é uma rainha? Assim que ela sair da entidade, vou querer vê-la", afirmou a estudante Dayanna Cristina Souza, 13 anos.
Hoje de manhã, a rainha Silvia irá visitar a Associação das Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam), que fica na cidade de mesmo nome, a 65 quilômetros do Recife. Lá, a entidade realiza um programa de prevenção à violência com 80 adolescentes, de 13 a 18 anos. A ação inclui uma série de atividades extracurriculares, como dança, teatro, capoeira e oficinas de cidadania e sexualidade.
"Optei por fazer algo para tentar amenizar a miséria"
Brasileira de coração, a rainha Silvia tem fortes laços com o País. Nascida na Alemanha, filha de uma brasileira e educada dos 4 aos 13 anos em São Paulo, ela lembra com carinho desse tempo. "Foi um período muito bonito". Na coletiva à imprensa, falou sobre a sua vida e a importância do seu trabalho.
JORNAL DO COMMERCIO - A rainha passou boa parte da infância no Brasil. Quais são as lembranças que a senhora tem dessa época?
RAINHA SILVIA - Foi um período bem feliz da minha vida. Morei em São Paulo, dos 4 aos 13 anos, e vivi como uma pessoa normal, sem maiores problemas. Sempre que me lembro da minha infância, me vem uma imagem cor-de-rosa, muito bonita.
JC - O que mudou depois que a senhora se tornou rainha?
RAINHA SILVIA - Uma das dificuldades é lidar com a imprensa, já que sou uma pessoa pública. Como rainha, além das obrigações normais de esposa e mãe de três adolescentes, também tive a possibilidade de viajar por vários países e ver uma realidade nem sempre favorável. A diferença é que optei por fazer algo para tentar melhorar essa situação de miséria, sobretudo a das crianças e adolescentes.
JC - A entidade pretende destinar fundos para as crianças refugiadas do Afeganistão? E, quanto ao Brasil, há a idéia de ampliar o número de projetos?
RAINHA SILVIA - Eu gostaria muito, mas infelizmente não é possível. Como disse, somos uma instituição recente. Todo o dinheiro arrecadado atualmente já tem um destino certo. No Brasil, apoiamos 12 projetos, o que já é muito. E a ampliação depende de mais recursos.
JC - Há algum tempo, vem se discutindo no Brasil a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos. O que a senhora acha disso?
RAINHA SILVIA - Uma convenção da ONU determina a idade dos jovens como sendo de 0 a 18 anos. É seguida pela maioria dos países e eu sou a favor.