Notícias
O Profissional Voluntário
Por CATHO Online/Kátia Viola 31 de outubro de 2001
A vontade de ajudar o próximo e de fazer algo em prol de uma sociedade mais
justa são, sem dúvida alguma, sentimentos que devem ser estimulados.
Sentir-se útil é uma das sensações mais gratificantes que um ser humano pode
experimentar. Ainda mais quando a gente sabe que tem qualificações que
poderão vir a agregar valor às entidades que não têm como contratar
determinado tipo de profissional.A partir da vontade de ajudar e de uma maciça divulgação na mídia sobre o
ano internacional do voluntariado, mais pessoas estão se mobilizando para
dar alguma coisa de si.
Os profissionais voluntários são extremamente úteis, sejam eles administradores, designers, profissionais de Marketing, profissionais de Comunicação etc. Entretanto, tenho observado uma avalanche de boas intenções sem o devido senso crítico a respeito do que se deve e, principalmente, do que é possível oferecer em termos de trabalho voluntário à uma instituição ou organização sem fins lucrativos. Indo mais fundo no assunto, penso que vale a pena analisar as diferenças entre a vontade de ajudar e a aptidão ou expertise necessárias para tornar a doação do seu trabalho e tempo em resultados eficazes.Antes de partir para um trabalho voluntário, creio ser absolutamente necessário refletir sobre os seguintes pontos:
A quem queremos ajudar: a nós mesmos ou ao próximo? Pode parecer óbvio, mas esta simples pergunta muitas vezes nem é feita. E a resposta é de fundamental importância. O trabalho voluntário é uma atitude que consiste no desejo de melhorar e mudar a qualidade de vida das pessoas e da sociedade. Se o cidadão se aproxima de uma instituição para apenas dar sentido à sua vida ou preencher o seu tempo, por exemplo, estará tendo uma atitude unilateral, além de contrariar a essência do voluntariado. Agindo assim, dificilmente se comprometerá com a causa.
E por falar em causa, emprestar o seu talento à uma causa com a qual simpatiza só traz benefícios.Isso ajuda a criar comprometimento, item absolutamente necessário para você e para a entidade em questão. E mais: pense estrategicamente, e não circunstancialmente. Focar os seus esforços à uma causa propicia: a otimização de esforços.
Há disponibilidade de assumir um compromisso de longo prazo? Ao emprestar o seu talento em favor de uma causa, você estará partindo para uma relação de confiança mútua, um laço, um comprometimento de mão dupla. Procure construir uma relação duradoura. Não desista diante das dificuldades que poderão, e certamente vão, surgir. As instituições precisam contar com profissionais capazes de se dedicar por longo tempo. Lembre-se de que existe alguém no final deste processo precisando muito de você: aquele que se beneficia com os projetos que você ajudará a viabilizar.
Analise criteriosamente as suas competências como ser humano e como profissional, para ter uma idéia clara de como você pode contribuir. Ofereça aquilo que você realmente pode dar, mas esteja aberto para adquirir novos conhecimentos e experiências e a aprender com o processo.
Por fim, é preciso dizer o óbvio: a recompensa do trabalho voluntário não se mede por salário, mas sim pela satisfação de estar fazendo a sua parte em favor de um mundo melhor. Entretanto, se enxergarmos mais longe, há um outro aspecto interessante a ser percebido no trabalho voluntário. Quando um profissional empresta o seu talento e a sua competência à uma entidade, ele pode acabar viabilizando o trabalho remunerado. Ao ajudar uma instituição a profissionalizar uma atividade ou um departamento, muitas vezes, se cria uma necessidade ou uma oportunidade que possibilitará alguma forma de remuneração. Afinal, as entidades mais bem articuladas e profissionalizadas têm maior possibilidade de captar recursos, ou seja, colaborando voluntariamente com uma entidade, estaremos colaborando também para abrir mercado para o trabalho remunerado de futuros profissionais.
(Kátia Viola é diretora de contas da G/Staff, consultora voluntária de Marketing e Comunicação da Associação Brasileira Terra dos Homens/ E-mail: violak98@yahoo.com)
Os profissionais voluntários são extremamente úteis, sejam eles administradores, designers, profissionais de Marketing, profissionais de Comunicação etc. Entretanto, tenho observado uma avalanche de boas intenções sem o devido senso crítico a respeito do que se deve e, principalmente, do que é possível oferecer em termos de trabalho voluntário à uma instituição ou organização sem fins lucrativos. Indo mais fundo no assunto, penso que vale a pena analisar as diferenças entre a vontade de ajudar e a aptidão ou expertise necessárias para tornar a doação do seu trabalho e tempo em resultados eficazes.Antes de partir para um trabalho voluntário, creio ser absolutamente necessário refletir sobre os seguintes pontos:
A quem queremos ajudar: a nós mesmos ou ao próximo? Pode parecer óbvio, mas esta simples pergunta muitas vezes nem é feita. E a resposta é de fundamental importância. O trabalho voluntário é uma atitude que consiste no desejo de melhorar e mudar a qualidade de vida das pessoas e da sociedade. Se o cidadão se aproxima de uma instituição para apenas dar sentido à sua vida ou preencher o seu tempo, por exemplo, estará tendo uma atitude unilateral, além de contrariar a essência do voluntariado. Agindo assim, dificilmente se comprometerá com a causa.
E por falar em causa, emprestar o seu talento à uma causa com a qual simpatiza só traz benefícios.Isso ajuda a criar comprometimento, item absolutamente necessário para você e para a entidade em questão. E mais: pense estrategicamente, e não circunstancialmente. Focar os seus esforços à uma causa propicia: a otimização de esforços.
Há disponibilidade de assumir um compromisso de longo prazo? Ao emprestar o seu talento em favor de uma causa, você estará partindo para uma relação de confiança mútua, um laço, um comprometimento de mão dupla. Procure construir uma relação duradoura. Não desista diante das dificuldades que poderão, e certamente vão, surgir. As instituições precisam contar com profissionais capazes de se dedicar por longo tempo. Lembre-se de que existe alguém no final deste processo precisando muito de você: aquele que se beneficia com os projetos que você ajudará a viabilizar.
Analise criteriosamente as suas competências como ser humano e como profissional, para ter uma idéia clara de como você pode contribuir. Ofereça aquilo que você realmente pode dar, mas esteja aberto para adquirir novos conhecimentos e experiências e a aprender com o processo.
Por fim, é preciso dizer o óbvio: a recompensa do trabalho voluntário não se mede por salário, mas sim pela satisfação de estar fazendo a sua parte em favor de um mundo melhor. Entretanto, se enxergarmos mais longe, há um outro aspecto interessante a ser percebido no trabalho voluntário. Quando um profissional empresta o seu talento e a sua competência à uma entidade, ele pode acabar viabilizando o trabalho remunerado. Ao ajudar uma instituição a profissionalizar uma atividade ou um departamento, muitas vezes, se cria uma necessidade ou uma oportunidade que possibilitará alguma forma de remuneração. Afinal, as entidades mais bem articuladas e profissionalizadas têm maior possibilidade de captar recursos, ou seja, colaborando voluntariamente com uma entidade, estaremos colaborando também para abrir mercado para o trabalho remunerado de futuros profissionais.
(Kátia Viola é diretora de contas da G/Staff, consultora voluntária de Marketing e Comunicação da Associação Brasileira Terra dos Homens/ E-mail: violak98@yahoo.com)