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SOS infância
Por A Tarde - Ceci Alves   9 de novembro de 2001
INAUGURAÇÃO - O Centro de Educação Infantil das Aldeias SOS ainda não foi
inaugurado, mas já transformou a vida da comunidade de Lauro de Freitas.
Aqui é uma casa abençoada", diz a dona-de-casa Lenita Santos, 19 anos, sobre a creche Centro Integral de Educação Infantil Hermann Gmeiner, um dos projetos desenvolvidos pela Associação das Aldeias Infantis SOS Brasil, que ainda não foi inaugurada mas já transformou a vida dessa mulher e de boa parte da comunidade de Lauro de Freitas. "Agora, eu já tenho onde deixar meus filhos", relata a mãe, olhos brilhando, ladeada por dois dos três filhos.
A creche será inaugurada hoje, às 17 horas, na Aldeia SOS da Bahia (Lauro de Freitas), com solenidade e festa (participação da Banda Didá). Extra oficialmente, entretanto, já funciona desde junho, "visando atender à demanda dessa comunidade", como explica Cid Douglas Azevedo, subgerente da entidade.
Assistindo 79 garotos e garotas de Lauro de Freitas e 18 das pertencentes às Aldeias SOS, a casa tem capacidade para receber 120 crianças, sob o método de "educar para o crescimento de um sujeito reconhecedor da própria identidade e interativo no mundo", segundo a elogiada diretora da instituição, a pedagoga Nildete Costa.
"A filosofia da creche é prestar um serviço de qualidade a quem precisa", explica. "Não só assistencialista, mas que promova uma abertura, para que a criança manifeste seu jeito de viver e, a partir daí, incorpore outros conceitos", comenta.
Tanto Nildete quanto a coordenadora pedagógica do lugar, Rosângela Gouvêa - que desenvolve um trabalho voluntário -, afirmam que nestes três meses (apenas) de funcionamento do centro integral de educação, a melhora na sociabilidade e na qualidade de vida das crianças se deu a olhos vistos.
"Para quem está de fora, sem acompanhar nosso processo, ver os meninos chegarem, tão amorosamente, cumprimentar os demais, esperar a sua vez, lavar as mãos..., acha isto muito normal, não vê nenhum resultado", pontua Rosângela. "Mas, para nós", continua, "que trabalhamos no dia-a-dia com essas crianças, sabemos que suas condições de vida nem sempre são as mínimas exigidas e que até o prédio da creche, para eles, é novo e diferente. Notamos, sim, uma verdadeira mudança na questão dos referenciais, na integração social, na cooperação, no amor".
"Caiu do céu"
O reconhecimento também veio antes da inauguração oficial. "Minha filha acorda fora de hora, no meio da madrugada, para ir para a creche", conta Ivan Rodrigues, 27 anos, pai de dois filhos, entre eles, a menina Késsia, matriculada no Centro Integral de Educação Infantil Hermann Gmeiner.
Desempregado - a mulher dele trabalha de ganho em casas de família -, não pára de enfatizar as boas condições da casa para a criação da filha, tais como nutricionista, enfermeira, orientadora pedagógica... "Esta creche caiu do céu na hora certa", diz ele, que, agora, tem "mais tempo para arranjar um bico", desobrigado da tarefa de cuidar de Késsia durante o dia.
"Eu não tinha com quem deixar meus dois filhos pequenos", diz Regina Bispo, 39 anos, mãe de quatro filhos. "Mas, agora, me sinto bem, porque eles são bem tratados, gostam da comida e das tias daqui", simplifica.
Histórico
A família como base do desenvolvimento humano é a idéia em que se ergueu a Aldeia SOS, surgida na Áustria, em 1949, pelas mãos do educador Hermann Gmeiner. Após anos de pesquisas, Gmeiner concluiu que o ambiente familiar é essencial à formação de crianças e jovens.
Graças a essa iniciativa, as Aldeias Infantis SOS atuam hoje em 131 países, oferecendo a oportunidade de um futuro melhor a milhares de crianças e jovens. Desde 1967, a Associação das Aldeias Infantis SOS Brasil - que se sustentam de única e exclusivamente de doações - mantém vivo o ideal de Gmeiner, reconstituindo lares de crianças que, por qualquer motivo, não puderam estar com as famílias naturais.
No Brasil, são, atualmente, 15 Aldeias, espalhadas em dez Estados da Federação, atendendo quatro mil crianças e jovens, dentro dos projetos Casas Lares (Aldeias) - cada uma com uma mãe social, para cuidar de cada núcleo, que comporta cerca de oito crianças por casa - Escolas, Casas Transitórias, Casas de Jovens, Centro de Capacitação de Jovens, Centros Culturais e Centros de Educação Infantil (creches). Na Bahia, as Aldeias SOS existem há três anos e atendem cerca de 200 crianças.
Aqui é uma casa abençoada", diz a dona-de-casa Lenita Santos, 19 anos, sobre a creche Centro Integral de Educação Infantil Hermann Gmeiner, um dos projetos desenvolvidos pela Associação das Aldeias Infantis SOS Brasil, que ainda não foi inaugurada mas já transformou a vida dessa mulher e de boa parte da comunidade de Lauro de Freitas. "Agora, eu já tenho onde deixar meus filhos", relata a mãe, olhos brilhando, ladeada por dois dos três filhos.
A creche será inaugurada hoje, às 17 horas, na Aldeia SOS da Bahia (Lauro de Freitas), com solenidade e festa (participação da Banda Didá). Extra oficialmente, entretanto, já funciona desde junho, "visando atender à demanda dessa comunidade", como explica Cid Douglas Azevedo, subgerente da entidade.
Assistindo 79 garotos e garotas de Lauro de Freitas e 18 das pertencentes às Aldeias SOS, a casa tem capacidade para receber 120 crianças, sob o método de "educar para o crescimento de um sujeito reconhecedor da própria identidade e interativo no mundo", segundo a elogiada diretora da instituição, a pedagoga Nildete Costa.
"A filosofia da creche é prestar um serviço de qualidade a quem precisa", explica. "Não só assistencialista, mas que promova uma abertura, para que a criança manifeste seu jeito de viver e, a partir daí, incorpore outros conceitos", comenta.
Tanto Nildete quanto a coordenadora pedagógica do lugar, Rosângela Gouvêa - que desenvolve um trabalho voluntário -, afirmam que nestes três meses (apenas) de funcionamento do centro integral de educação, a melhora na sociabilidade e na qualidade de vida das crianças se deu a olhos vistos.
"Para quem está de fora, sem acompanhar nosso processo, ver os meninos chegarem, tão amorosamente, cumprimentar os demais, esperar a sua vez, lavar as mãos..., acha isto muito normal, não vê nenhum resultado", pontua Rosângela. "Mas, para nós", continua, "que trabalhamos no dia-a-dia com essas crianças, sabemos que suas condições de vida nem sempre são as mínimas exigidas e que até o prédio da creche, para eles, é novo e diferente. Notamos, sim, uma verdadeira mudança na questão dos referenciais, na integração social, na cooperação, no amor".
"Caiu do céu"
O reconhecimento também veio antes da inauguração oficial. "Minha filha acorda fora de hora, no meio da madrugada, para ir para a creche", conta Ivan Rodrigues, 27 anos, pai de dois filhos, entre eles, a menina Késsia, matriculada no Centro Integral de Educação Infantil Hermann Gmeiner.
Desempregado - a mulher dele trabalha de ganho em casas de família -, não pára de enfatizar as boas condições da casa para a criação da filha, tais como nutricionista, enfermeira, orientadora pedagógica... "Esta creche caiu do céu na hora certa", diz ele, que, agora, tem "mais tempo para arranjar um bico", desobrigado da tarefa de cuidar de Késsia durante o dia.
"Eu não tinha com quem deixar meus dois filhos pequenos", diz Regina Bispo, 39 anos, mãe de quatro filhos. "Mas, agora, me sinto bem, porque eles são bem tratados, gostam da comida e das tias daqui", simplifica.
Histórico
A família como base do desenvolvimento humano é a idéia em que se ergueu a Aldeia SOS, surgida na Áustria, em 1949, pelas mãos do educador Hermann Gmeiner. Após anos de pesquisas, Gmeiner concluiu que o ambiente familiar é essencial à formação de crianças e jovens.
Graças a essa iniciativa, as Aldeias Infantis SOS atuam hoje em 131 países, oferecendo a oportunidade de um futuro melhor a milhares de crianças e jovens. Desde 1967, a Associação das Aldeias Infantis SOS Brasil - que se sustentam de única e exclusivamente de doações - mantém vivo o ideal de Gmeiner, reconstituindo lares de crianças que, por qualquer motivo, não puderam estar com as famílias naturais.
No Brasil, são, atualmente, 15 Aldeias, espalhadas em dez Estados da Federação, atendendo quatro mil crianças e jovens, dentro dos projetos Casas Lares (Aldeias) - cada uma com uma mãe social, para cuidar de cada núcleo, que comporta cerca de oito crianças por casa - Escolas, Casas Transitórias, Casas de Jovens, Centro de Capacitação de Jovens, Centros Culturais e Centros de Educação Infantil (creches). Na Bahia, as Aldeias SOS existem há três anos e atendem cerca de 200 crianças.