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Programa Laços de Ternura ajuda a democratizar a adoção
A adoção é cada vez mais inclusiva no país, ampliando-se para crianças em idades mais avançadas, das mais variadas etnias e com deficiência. Essa evolução comportamental de quem adota aconteceu, em grande parte, pelo papel orientador de programas de cunho assistencial, como o Laços de Ternura, que há 15 anos é realizado pela Federação de Entidades Assistenciais de Santo André (Feasa).
Desde 2001 esse programa promove ajuda psicológica, socioeducativa e jurídica às pessoas que se interessam pela adoção. Encontros são realizados, onde experiências adotivas são compartilhadas, palestras sobre o tema são levadas gratuitamente a empresas, escolas e para toda a comunidade. Toda uma bibliografia sobre esse importante assunto é colocada à disposição.
Esse trabalho conseguiu dar mais abrangência às adoções. “Há 15 anos, quem se interessava pela adoção buscava bebês, e necessariamente brancos”, diz a assistente social Maria Inês Villalva, que é coordenadora da Feasa.
Crianças órfãs que divergissem desse padrão eram normalmente adotadas por estrangeiros, principalmente por italianos e franceses. “Essa não é mais a realidade. Nos formulários pedindo o perfil da criança que se deseja adotar percebemos que as restrições de quem adota são cada vez menores. É comum informarem que desejam simplesmente uma criança da raça humana”, afirma Maria Inês.
Toda criança tem direito ao convívio familiar, o que inclui aquela com algum tipo de deficiência. A coordenadora da Feasa diz que não é rara a adoção de crianças com deficiências severas, que certamente só sobreviveram porque receberam os cuidados daqueles que as acolheram.
Até 2014 o programa Laços de Ternura era aberto para pessoas de todo o país. Mas com o crescente número de interessados, a ações precisaram ser limitadas a Santo André, onde nasceu. “Seria muito importante que outras cidades desenvolvessem programas como o nosso”, diz Maria Inês.
Parte das pessoas chegam até o programa por indicação do Fórum ou de uma Vara da Infância e Juventude, onde recebem a habilitação para adoção. Como há apenas 130 grupos de apoio a adoção no país, para os mais de 5,5 mil municípios, muitos dos interessados acabavam encaminhados para o Laços de Ternura.
Mas este programa é apenas um dos oferecidos pela Feasa, que atua há 46 anos em Santo André.
A federação foi criada por entidades que buscavam soluções para dificuldades comuns encontradas por elas, como lidar com questões burocráticas ou de gestão.
Hoje ela é referência quando entidades assistenciais precisam de certificação, registros, assistência jurídica ou quando buscam elaborar projetos.
A Feasa também fornece cursos de capacitação e formação dos dirigentes, educadores e outros profissionais do quadro técnico das entidades do terceiro setor.
Uma de suas ações, a Semana da Formação Profissional, que já é realizada há 21 anos, é exemplo para outras localidades do país. Essa iniciativa, que este ano passou a ser um congresso, capacita anualmente 700 profissionais das 60 entidades assistenciais de Santo André.
Maria Inês lembra que poucas cidades brasileiras contam com uma federação, ou algo que centralize as atribuições das organizações filantrópicas. A Feasa é quase uma exceção, diz ela.
Ter um canal que centralize as necessidades das entidades filantrópicas é essencial, sobretudo para fazer reivindicações junto ao poder público. Mas também é importante para trazer o poder público para a realidade vivenciada pelas entidades do terceiro setor.
A coordenadora da Feasa diz que a prefeitura de Santo André vê na federação uma referência, realizando vários projetos em conjunto. Por 16 anos, a Feasa participou da gestão, juntamente com a prefeitura, de 31 creches pública. “Chegamos a realizar 6 mil visitas a famílias da cidade para identificar quais teriam prioridade às vagas nas creches”, afirma Maria Inês.
SERVIÇO:
Federação de Entidades Assistenciais de Santo André – Feasa
http://feasasantoandre.wixsite.com/feasa
Endereço: Rua Tamarutaca, 250 – Vila Guiomar – Santo André -SP
Contatos: (11) 4436-7477 ou feasa@terra.com.br