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Peça retrata a inclusão de deficientes

Por Correio da Bahia    29 de novembro de 2001
A peça teatral Quem é igual a quem?, apresentada pelo grupo Sitorne, da Companhia Teatro, tem levado estudantes da rede pública estadual de ensino a refletir sobre as diferenças entre os cidadãos. O espetáculo, que aborda a educação inclusiva, mantém no elenco dois atores portadores de síndrome de Down.

Ontem pela manhã, em sua 82ª apresentação, o espetáculo foi exibido no teatro do Colégio Iceia para os alunos das escolas estaduais Terezinha Vaz Silveira e Anísio Teixeira. A temática despertou a atenção do público sobre a importância de incluir os portadores de síndrome de Down nas escolas regulares, respeitando-os e valorizando-os como cidadãos.

Idealizado pela Associação Baiana de Síndrome de Down (Ser Down), em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), o espetáculo retrata o cotidiano de alunos da 7ª série de uma escola regular que convivem com um colega portador da síndrome de Down.

A hostilidade desencandeada pela turma contra o portador da síndrome de Down é o ponto de partida do roteiro da peça, que também explora os diversos tipos de discriminação destinados a alunos com características diferenciadas - repetentes, estudiosos e indisciplinados.

A peça se passa nos três primeiros dias do ano letivo, mostrando situações de preconceitos em sala de aula. "O final exibe uma mensagem de questionamento sobre a realidade das diferenças. Ela não acaba, e sim propicia um momento de reflexão", explica o diretor artístico Celso Júnior.

Para a professora Lúcia dos Santos, professora da 4ª série do Colégio Anísio Teixeira, a peça representa um elemento motivador para que os alunos aprendam a conviver com as diferenças. Ainda assim, a professora acha necessária a adoção de programas que visem à melhor aceitação pela comunidade escolar.

Ao mostrar-se sensibilizado com a questão dos portadores da síndrome de Down, o aluno Igor Santana Oliveira, 13 anos, criticou as reações negativas de alguns colegas frente aos portadores de deficiência mental. "Alguns colegas fazem gozação, não consideram estas pessoas com respeito. Eu considero, pois eles são seres humanos".

Em dezembro, o grupo teatral segue para Campo Grande (Mato Grosso do Sul) e Fortaleza, onde exibe o espetáculo na abertura dos congressos de síndrome de Down.

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