Notícias
Entidades filantrópicas terão novas exigências - Decretos mudam regras
Além disso, o governo vai adiar para o ano que vem a exigência de que as filantrópicas de educação convertam o total da isenção previdenciária concedida pelo governo em bolsas de estudo de, pelo menos, 50% do valor da mensalidade. O governo acredita que o número de bolsas pode chegar a 300 mil, sendo 80% no ensino superior e 20% no ensino médio.
As novas regras farão parte de dois decretos elaborados pelo Ministério da Previdência. Um deles já foi encaminhado ao Palácio do Planalto e permitirá a renovação dos certificados sem o cumprimento integral das regras de gratuidade e atendimento pelo SUS. Hoje, as instituições de ensino são obrigadas a oferecer 20% de vagas gratuitas para obter o certificado de filantropia e a isenção previdenciária. Para as entidades de saúde, a exigência é de 60% de atendimento pelo SUS.
"O decreto não está prejudicando os cofres públicos, porque a não-renovação do certificado só exclui a entidade do sistema, mas o efeito não é retroativo. Ou seja, a entidade não tem de devolver a isenção previdenciária se não tiver cumprido a gratuidade", disse à Folha o ministro da Previdência, Roberto Brant.
Segundo ele, ao exigir a reposição da gratuidade, o governo estará fazendo com que a isenção previdenciária concedida no passado seja transformada em benefício social no futuro.
Um dos decretos regulamentará a lei 10.260. Em vigor desde julho, ela substituiu a gratuidade de 20% nas instituições de ensino por bolsas (de no mínimo 50% da mensalidade) equivalentes ao valor da isenção previdenciária. O regime de bolsas ainda não está sendo aplicado porque a lei não foi regulamentada.
Hospitais
Os decretos também mudarão as regras das filantrópicas na área de saúde. Segundo proposta enviada ontem a Brant pelo ministro José Serra (Saúde), os hospitais filantrópicos considerados estratégicos (tratamentos de grande complexidade) poderão ter o limite de 60% de atendimento pelo SUS reduzido para 20%.
O percentual de 60%, limite que é frequentemente desrespeitado, é considerado alto demais pelo próprio governo.