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Teatro leva Shakespeare para surdos
S. J. Campos - Durante 75 minutos a platéia assiste aos gestos de uma das mais importantes peças teatrais: Romeu e Julieta. É a primeira vez que estas pessoas têm a chance de conhecer a obra de William Shakespeare e nenhum diálogo passará despercebido, mesmo que ele aconteça pelas mãos. Trata-se do primeiro teatro para surdos e a primeira peça adaptada para esta deficiência física encenada no Brasil. Por meio de uma associação de assistência aos surdos foi possível descobrir a “libra”, uma linguagem brasileira de sinais em que o gesto estruturado, a posição das mãos e a expressão corporal determinam palavras, frases e significados. A linguagem de “libras”, adotada em todo o Brasil e desconhecida por poucos surdos, permite que o mesmo espetáculo seja encenado nos diferentes Estados, pelo mesmo elenco.
A Companhia de Teatro e Poesia sem Máscaras existe desde 1992, com o objetivo de montar espetáculos que possam levar diversão, qualidade e conhecimento cultural a um público que deixa de assistir a peças teatrais porque não ouve o que acontece no palco. O elenco desta versão de Shakespeare fez curso de sete meses para aprender a linguagem dos sinais.
A direção geral do espetáculo fica por conta de Valter Vanir Coelho, artista cênico, diretor de teatro e cinema desde 1986, e que contabiliza alguns prêmios na carreira, como o Guarnicê, de São Luis do Maranhão, pelo melhor vídeo “Dois Coelhos”. A tradução para Libras foi feita por Silvana Trigo, mas quem não é surdo também pode assistir à peça pois a apresentação é simultaneamente falada. A entrada é gratuita e conta com o apoio de várias empresas.
Endereço: Rua Camélia, 13, Jd. Paulista, São José dos Campos, SP.
Tel.: (12)9761-1117, 9123-1566, 322-3885
E-mail: semmascaras@bol.com.br