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80 crianças esperam por você
Por Correio Braziliense 13 de dezembro de 2001
O Recanto Infantil Rei Leão, em São Sebastião, depende de doações para
sobreviver. As crianças que passam o dia na instituição não têm brinquedos,
colchões ou talheres. Os funcionários estão com os salários atrasados
A porta da cozinha está arrebentada. Não há talheres, muito menos panelas. Os colchões estão velhos e gastos e não há nenhum lençol. A caixa d‘água está instalada em lugar improvisado. Os banheiros precisam de acabamento. Os oito funcionários estão com três meses de salários atrasados, além do 13º. As contas de água, luz e telefone também venceram. A maioria dos pais, pobres, não têm dinheiro para pagar as mensalidades de R$ 20. São poucos e disputados os brinquedos — quase todos quebrados. Essa é a realidade das 80 crianças que vão todos os dias para a creche Rei Leão, em São Sebastião.
Com a chegada do Natal, a esperança da presidente da Associação Recanto Infantil Rei Leão, Vilma Cardozo da Silva, 36 anos, é de que a situação melhore. Claro, com as doações. ‘‘As pessoas precisam visitar a instituição para entender nossa realidade’’, afirma. Segundo ela, o Natal é o período do ano em que as pessoas mais se lembram das creches de Brasília. ‘‘Antes tarde do que nunca. O importante é ajudar as crianças’’, diz.
Os 80 meninos e meninas que passam o dia inteiro na creche — enquanto os pais trabalham — também estão com expectativas natalinas. Um deles, Jonathan, 4 anos, sonha alto. Quer um helicóptero com controle remoto. ‘‘Já pedi para o Papai Noel’’, revela. Roupa nem pensar. O que as crianças querem mesmo é brinquedo. Jaqueline, 4 anos, responde sem pestanejar a pergunta mais famosa do Natal: o que você quer do Papai Noel? ‘‘Quero uma boneca’’.
O desejo das crianças se transforma em angústia para os funcionários da entidade. Sem salários há três meses, os oito professores, faxineiros, cozinheiros e monitores trabalham ‘‘no sacrifício’’ para atender às crianças da creche. ‘‘Ficamos preocupados com a situação. Estou me prejudicando. Mas aqui é o lar deles e não posso abandoná-los. É como se eles fossem meus filhos’’, afirma a professora de ensino fundamental Maria José de Vasconcelos, 33 anos. Ela é uma das profissionais que trabalham na creche, em funcionamento desde 1996.
Outra professora de alfabetização, Euly Ferreira Gomes, 30 anos, também está sem receber há três meses. A dívida da creche com ela chega a R$ 500. ‘‘É difícil dizer o que fazer em uma hora como essa. Eu preciso do dinheiro’ ’, afirma. A sala que ela dá aulas tem 20 alunos. Mas Euly sabe que os problemas da creche não param nos salários. A instituição precisa de material de construção — cimento, areia, brita, ferro. ‘‘Quando chove, a gente tem que pegar as crianças e sair da sala; molha tudo aqui dentro’’, lamenta.
Para os pais, não é diferente. Aurenilde Pereira Bispo, 29 anos, empregada doméstica, é uma das clientes mais antigas da instituição. Sua filha, Taís, 6 anos, freqüenta a creche desde pequenina. ‘‘Precisamos, na verdade, de trabalho voluntário. Eu me separei do meu marido e Taís presenciou várias brigas. Isso atrapalhou o crescimento dela’’, explica. Aurenilde gostaria que um estudante de psicologia fizesse trabalho voluntário no local. A menina tem outro desejo. Quer um parquinho na Creche Rei Leão: ‘‘É para eu poder brincar.’’
Recanto infantil Rei Leão
Endereço:Quadra 4, Lote 30,
Vila São José, São Sebastião
Telefone:335-6386 e 9996-1129(falar com Vilma)
COMO AJUDAR
É preciso sair de casa para fazer a doação. A creche não tem carro para buscar o material
Não é necessário juntar quilos de roupas ou alimentos. O que for possível reunir já é uma grande ajuda
Doações em dinheiro também são aceitas
Os professores pretendem fazer uma festa para as crianças no final do ano e precisam de recursos. O dinheiro será utilizado para a compra de alimentos e brinquedos
O RECANTO PRECISA DE
Material escolar
Livros usados e apostilas do ensino fundamental
Material de construção
Cimento, areia, brita, ferro
Geladeira
Filtro
Talheres
Panela de pressão
Colchões
Televisão
Armários
Tinta
R$ 6 mil para pagar contas de luz, água e salários atrasados dos oito funcionários
Profissionais voluntários das áreas de pedagogia, psicologia (para ajudar na educação das crianças), odontologia (para dar tratamento dentário às crianças) e engenharia de obra (para a reforma da creche)
CONTA BANCÁRIA
Banco do Brasil
Agência 3.129-1
Conta corrente 6.835-7
A porta da cozinha está arrebentada. Não há talheres, muito menos panelas. Os colchões estão velhos e gastos e não há nenhum lençol. A caixa d‘água está instalada em lugar improvisado. Os banheiros precisam de acabamento. Os oito funcionários estão com três meses de salários atrasados, além do 13º. As contas de água, luz e telefone também venceram. A maioria dos pais, pobres, não têm dinheiro para pagar as mensalidades de R$ 20. São poucos e disputados os brinquedos — quase todos quebrados. Essa é a realidade das 80 crianças que vão todos os dias para a creche Rei Leão, em São Sebastião.
Com a chegada do Natal, a esperança da presidente da Associação Recanto Infantil Rei Leão, Vilma Cardozo da Silva, 36 anos, é de que a situação melhore. Claro, com as doações. ‘‘As pessoas precisam visitar a instituição para entender nossa realidade’’, afirma. Segundo ela, o Natal é o período do ano em que as pessoas mais se lembram das creches de Brasília. ‘‘Antes tarde do que nunca. O importante é ajudar as crianças’’, diz.
Os 80 meninos e meninas que passam o dia inteiro na creche — enquanto os pais trabalham — também estão com expectativas natalinas. Um deles, Jonathan, 4 anos, sonha alto. Quer um helicóptero com controle remoto. ‘‘Já pedi para o Papai Noel’’, revela. Roupa nem pensar. O que as crianças querem mesmo é brinquedo. Jaqueline, 4 anos, responde sem pestanejar a pergunta mais famosa do Natal: o que você quer do Papai Noel? ‘‘Quero uma boneca’’.
O desejo das crianças se transforma em angústia para os funcionários da entidade. Sem salários há três meses, os oito professores, faxineiros, cozinheiros e monitores trabalham ‘‘no sacrifício’’ para atender às crianças da creche. ‘‘Ficamos preocupados com a situação. Estou me prejudicando. Mas aqui é o lar deles e não posso abandoná-los. É como se eles fossem meus filhos’’, afirma a professora de ensino fundamental Maria José de Vasconcelos, 33 anos. Ela é uma das profissionais que trabalham na creche, em funcionamento desde 1996.
Outra professora de alfabetização, Euly Ferreira Gomes, 30 anos, também está sem receber há três meses. A dívida da creche com ela chega a R$ 500. ‘‘É difícil dizer o que fazer em uma hora como essa. Eu preciso do dinheiro’ ’, afirma. A sala que ela dá aulas tem 20 alunos. Mas Euly sabe que os problemas da creche não param nos salários. A instituição precisa de material de construção — cimento, areia, brita, ferro. ‘‘Quando chove, a gente tem que pegar as crianças e sair da sala; molha tudo aqui dentro’’, lamenta.
Para os pais, não é diferente. Aurenilde Pereira Bispo, 29 anos, empregada doméstica, é uma das clientes mais antigas da instituição. Sua filha, Taís, 6 anos, freqüenta a creche desde pequenina. ‘‘Precisamos, na verdade, de trabalho voluntário. Eu me separei do meu marido e Taís presenciou várias brigas. Isso atrapalhou o crescimento dela’’, explica. Aurenilde gostaria que um estudante de psicologia fizesse trabalho voluntário no local. A menina tem outro desejo. Quer um parquinho na Creche Rei Leão: ‘‘É para eu poder brincar.’’
Recanto infantil Rei Leão
Endereço:Quadra 4, Lote 30,
Vila São José, São Sebastião
Telefone:335-6386 e 9996-1129(falar com Vilma)
COMO AJUDAR
É preciso sair de casa para fazer a doação. A creche não tem carro para buscar o material
Não é necessário juntar quilos de roupas ou alimentos. O que for possível reunir já é uma grande ajuda
Doações em dinheiro também são aceitas
Os professores pretendem fazer uma festa para as crianças no final do ano e precisam de recursos. O dinheiro será utilizado para a compra de alimentos e brinquedos
O RECANTO PRECISA DE
Material escolar
Livros usados e apostilas do ensino fundamental
Material de construção
Cimento, areia, brita, ferro
Geladeira
Filtro
Talheres
Panela de pressão
Colchões
Televisão
Armários
Tinta
R$ 6 mil para pagar contas de luz, água e salários atrasados dos oito funcionários
Profissionais voluntários das áreas de pedagogia, psicologia (para ajudar na educação das crianças), odontologia (para dar tratamento dentário às crianças) e engenharia de obra (para a reforma da creche)
CONTA BANCÁRIA
Banco do Brasil
Agência 3.129-1
Conta corrente 6.835-7