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Presente de Papai Noel: 700 meninos vão conhecer parque aquático

Por Bernadete de Aquino/SP   17 de dezembro de 2001
São Paulo - Nesta terça-feira, 18/12, integrantes da banda de percussão Meninos do Morumbi, em sua maioria moradores das favelas da região como Paraisópolis e Jardim Colombo, passarão o dia todo em um dos maiores parques aquáticos do Brasil, o WET’N WILD, no km 72 da Rodovia dos Bandeirantes, em Itupeva (SP).

Os ingressos foram doados pelo Parque, e as crianças, que em sua maioria, não conhecem esse tipo de diversão, desfrutarão dos dez toboáguas do Parque Aquático.

O Wet’n Wild tem 116 mil metros quadrados, capacidade para sete mil pessoas e estacionamento para cerca de 1.300 veículos. O Parque mantém equipe de salva-vidas, qualificada pelos padrões e normas internacionais, ambulatório médico e enfermeiro de plantão, além de ambulância UTI para a tranqüilidade dos visitantes.


Meninos do Morumbi

Iniciado em fevereiro de 1996, com cerca de 30 participantes, o projeto Meninos do Morumbi tomou forma e hoje é considerado um dos principais movimentos sociais envolvendo 1.300 crianças e adolescentes. A Associação conta com participantes entre 5 e 18 anos, de ambos os sexos, em situação de risco e vulnerabilidade, moradores de favelas como Paraisopolis – a segunda maior de São Paulo – Jardim Colombo, entre outras da região. De acordo com a coordenadora da área psicossocial, Lígia Pimenta, 70% dos integrantes da Associação Meninos do Morumbi têm renda mensal de dois salários mínimos.

A base do projeto foi a música, oferecida por Flavio Pimenta aos meninos de rua que pouco conheciam da origem dessa arte, mas sentiam prazer em ouvir e quiseram aprender. O grupo de percussão foi se formando e, logo, apareceu a primeira apresentação artística. "Resolvi criar uma apresentação para eles: fiz contatos com o pessoal da organização do Festival de Campos de Jordão, incorporei músicos amigos e alunos do meu curso regular de música para que tecnicamente pudéssemos dar conta da performance e então os levei para nosso primeiro show", conta Flavio Pimenta.

Com o crescimento do projeto e cada vez maior número de participantes, Pimenta imaginou que só a música não competiria em pé de igualdade com o andar na rua sem fazer nada, com a esmola ou com as drogas. Criaram-se, então, áreas de aprendizagem, das quais fazem parte cursos obrigatórios de percussão, bateria, canto, dança e condicionamento físico, quando todos os integrantes têm a possibilidade de desenvolver a competência artística e pessoal através da descoberta de talentos e potencialidades. Além disso, cursos livres buscam a vocação e o prazer de cada um dos Meninos que podem escolher entre a fotografia, capoeira e escultura. Parcerias empresariais trouxeram importantes cursos como o de informática e o de inglês. “Consideramos que este projeto dá, a todos os envolvidos, a chance de contribuir para a construção da cidadania e da dignidade humana”, conclui Flavio Pimenta.

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