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Charles encerra viagem com samba e visita a índios

Por    6 de março de 2002
Rio de Janeiro - No último dia de sua visita ao Brasil, o príncipe herdeiro da Grã-Bretanha, Charles de Windsor, disse que só encontrando, incentivando e desenvolvendo os talentos nas comunidades pobres é possível desenvolvê-las. Ele respondia à pergunta de Vítor Abreu, de 8 anos, um dos 1.500 jovens e adolescentes atendidos pela Casa de Cultura de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, que queria saber o que Charles fará para acabar com a pobreza quando for rei. “Não vou esperar isso acontecer. Há mais de 20 anos acompanho o trabalho das instituições que lutam por isso.”

O segundo dia da visita oficial começou cedo. Charles chegou a São João de Meriti por volta de 10h30 e foi recebido pela bateria e por passistas da Escola de Samba Independente da Praça da Bandeira, formada por adolescentes da Casa de Cultura. Como em 1978, o príncipe dançou com três passistas da escola e, desta vez, trocou passes com os meninos que jogam futebol. Charles elogiou os trabalhos sociais que viu no Brasil: “Espero estar vivo para ver os jovens que estão aqui com êxito nas carreiras que escolherem.” Por volta de 11h30, ele foi para a Base do Galeão, onde embarcou para Palmas.

Protocolo – Em visita à Fazenda Ponderosa, já no Tocantins, o príncipe deixou de lado a rigidez do protocolo e a extensiva preocupação com segurança. Assistiu a uma apresentação de dança dos índios carajás, passeou e conversou com o cacique da aldeia Fontoura, Coxoni Karajá, sobre projetos de preservação ambiental. Charles mostrou-se interessado no trabalho que os índios desenvolvem para preservar o ecossistema da Ilha do Bananal. E o cacique aproveitou para pedir mais apoio dos britânicos: “Ele (Charles) disse que avaliaria de perto alguns projetos e que poderia ampliar a ajuda”, disse Karajá. Do Tocantins, Charles retornaria para a Inglaterra.

Beatriz Coelho Silva

(Colaborou Renato Andrade)

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