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Hospital São Paulo inaugura setor de Epilepsia

Por    3 de abril de 2002
São Paulo -Com o objetivo de aprimorar o diagnóstico de epilepsia, principalmente, em pessoas que apresentam crises de difícil controle com as medicações antiepilépticas disponíveis atualmente, o Hospital São Paulo, ligado à Universidade Federal de São Paulo (HSP/Unifesp), inaugura na sexta-feira, 5/4, ao meio-dia, a Unidade de Pesquisa e Tratamento das Epilepsias - Unipete, no 13o. andar da Ala C - Rua Napoleão de Barros, 737.

De acordo com um dos coordenadores do setor, a neurofisiologista Elza Márcia Yacubian, a unidade - que ocupa ampla área com seis leitos para atendimento - enfatizará o diagnóstico preciso do tipo e das causas das crises epilépticas. Durante a avaliação, o paciente será monitorado 24 horas por dia até que ocorram as crises típicas e o diagnóstico possa ser concluído.

"A Unipete conta com os recursos mais modernos para o diagnóstico clínico e eletrofisiológico das epilepsias, além de possibilidades de cirurgia para a implantação de eletrodos intracranianos para a identificação do local em que ocorrem as alterações elétricas", afirma Elza Márcia. O atendimento será realizado por neurofisiologistas, enfermeiros, psicólogos e médicos especializados no diagnóstico por imagem de ressonância magnética e exames radiativos.

Saiba mais sobre a doença

Ainda na antigüidade, as pessoas com epilepsia sofriam muita discriminação. O mal sempre foi tratado como uma espécie de possessão de demônios, e as crises, confundidas com manifestações de loucura. A epilepsia é um distúrbio neurológico freqüente que atinge cerca de 2% da população e acomete crianças e adultos de ambos os sexos. A doença é caracterizada por alterações elétricas cerebrais, o que faz com que o indivíduo apresente crises epilépticas. Há várias manifestações durante as crises como perda da consciência com queda ao solo, movimentos bruscos generalizados, aumento da salivação (com perda de saliva com sangue devido à mordedura da língua), coloração arroxeada dos lábios e respiração ruidosa (crises generalizadas), até episódios breves caracterizados por comprometimento da consciência (crises de ausência). A freqüência das crises epilépticas varia muito, dependendo do paciente e do tipo de epilepsia. O déficit de memória é a principal seqüela, comprometendo, às vezes, outras funções cognitivas, como linguagem, atenção e percepção.

Como ajudar quando alguém tem crise

1) Mantenha-se calmo e procure acalmar os demais
2) Coloque algo macio sob a cabeça da pessoa para protegê-la
3) Cuide para que não ocorram ferimentos
4) Deite a pessoa de lado para que a saliva escorra livremente
5) Não coloque nada em sua boca e não tente segurar sua língua
6) Não tente reanimá-la jogando água ou dando algo para beber ou cheirar
7) Não faça nada para tentar conter seus movimentos
8) Fique ao seu lado até que a sua respiração se normalize
9) Se possível, ofereça-se para acompanhá-la até a sua casa

Associação combate preconceito contra a doença

Há cerca de dez anos, o Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Unifesp iniciou um trabalho de conscientização sobre a epilepsia, voltado principalmente para os pacientes e seus familiares. Foi criada, então, a Associação Brasileira de Epilepsia - ABE, com o objetivo de orientar o paciente e demais pessoas ligadas a ele sobre como lidar com as limitações da doença, sem permitir que ela crie impedimentos à convivência em sociedade. Durante as reuniões, que acontecem toda última segunda-feira do mês, às 19h, no anfiteatro Leal Prado (Rua Botucatu, 862, Vila Clementino, zona sul de São Paulo), são debatidos temas como sexualidade, trabalho, novos tratamentos e medicamentos, entre outros. Informações: (11) 5576-4508.

Inauguração da Unidade de Pesquisa e Tratamento das Epilepsias

Data: 5/4/2002 (sexta-feira)
Horário: 12h00min
Local: Hospital São Paulo - 13º andar da Ala C - Rua Napoleão de Barros, 737, Vila Clementino, zona sul da cidade, próximo à estação Santa Cruz do metrô.

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